Operação Contenção no Rio prende 81 criminosos e apreende 93 fuzis nos complexos do Alemão e da Penha

A megaoperação das polícias Civil e Militar deixou ao menos 66 mortos, incluindo confrontos intensos em áreas de mata; governo do Rio solicita transferência de líderes do Comando Vermelho para presídios federais.

Foto: Fernando Frazão

Por Karol Peralta

O balanço final da Operação Contenção, realizada na noite de terça-feira (28) pelas polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, aponta 81 prisões, a apreensão de 93 fuzis e mais de 500 quilos de drogas. A ação é considerada a mais letal da história das operações policiais no estado, com 66 mortos confirmados até o momento.

Um balanço final da Operação Contenção — realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro na noite da terça-feira (28) — indica a prisão de 81 criminosos, entre eles “Belão”, apontado como um dos líderes do tráfico nos complexos do Alemão e da Penha. As forças de segurança também apreenderam 93 fuzis, granadas, pistolas e mais de meia tonelada de entorpecentes.

Durante a madrugada, seis corpos de moradores foram levados em uma kombi ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, após serem encontrados em uma área de mata no Alemão. Esses casos ainda não foram oficialmente contabilizados como mortes da operação. Caso sejam confirmados, o número de mortos pode chegar a 66, configurando a maior letalidade da história em uma ação policial no estado.

Por estar próxima aos complexos da Penha e do Alemão, a unidade hospitalar recebeu todos os mortos e feridos. À noite, moradores protestaram na entrada principal do hospital, alegando que ainda havia corpos na mata. A Polícia Militar reforçou o policiamento no local para evitar tumultos e garantir a ordem.


⚔️ Resultados e estratégia policial

Ao apresentar o balanço da operação, o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, destacou a complexidade da ação.
“Estamos falando de uma região com cerca de 9 milhões de metros quadrados, equivalente a dois bairros de Copacabana, com mais de 200 mil habitantes. A ação foi fruto de inteligência e planejamento cuidadoso, com foco em resultados efetivos”, afirmou.

Segundo ele, a resistência armada dos criminosos revela o impacto da inteligência policial.
“Os ataques coordenados da facção criminosa mostram uma tentativa covarde e desesperada de tirar o foco das forças de segurança. Agimos de forma estratégica para capturar ou neutralizar narcoterroristas que oprimem a população”, completou.

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, ressaltou a dificuldade de avanço das tropas devido ao alto poder de fogo das facções.
“Empregamos força máxima. Quase 100 fuzis foram retirados de circulação. Essas armas de guerra são usadas contra policiais e também contra os moradores”, afirmou o coronel.


🔒 Reforço no sistema prisional

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) reforçou as revistas em presídios onde estão líderes do Comando Vermelho. Foram apreendidos celulares e drogas, e 30 presos monitorados por tornozeleira eletrônica foram flagrados violando o sistema durante a operação. A Vara de Execuções Penais vai expedir novos mandados de prisão.

Com base em um relatório de inteligência conjunta da Polícia Civil e da Seap, o governador Cláudio Castro solicitou ao governo federal dez vagas em presídios federais de segurança máxima para o isolamento de lideranças criminosas.
“O Rio de Janeiro não vai tolerar conivência com o crime. Quem continuar comandando ações criminosas de dentro das cadeias será isolado e responsabilizado”, declarou Castro.


🚔 Investigação e impacto

A Operação Contenção mobilizou 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com apoio do Ministério Público Estadual. O objetivo principal foi cumprir mandados de prisão e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.
Durante o confronto, quatro policiais foram mortos, sendo dois civis e dois militares do Bope, a tropa de elite da PM.

De acordo com o governo estadual, a operação é resultado de um ano de investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ao todo, 26 comunidades foram alvo das ações, com diversos pontos de confronto, principalmente em áreas de mata.

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