Presidente dos EUA defende abertura total dos documentos e reage a e-mails que sugerem sua proximidade com Jeffrey Epstein

Por Karol Peralta
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (16) que os deputados republicanos devem votar a favor da divulgação dos arquivos do caso Epstein, após críticas por resistirem ao tema. A declaração ocorre dias depois de e-mails divulgados pelo Congresso indicarem que Jeffrey Epstein teria dito que Trump “sabia das meninas”.
Trump pede voto dos republicanos para liberar arquivos
Trump afirmou que os republicanos da Câmara “deveriam votar para divulgar os arquivos de Epstein”, justificando que “não temos nada a esconder”. A fala contradiz declarações da semana anterior, quando chamou de “fracos e tolos” os parlamentares do próprio partido que defendiam a liberação dos documentos.
Nas redes sociais, Trump disse que não se importa com o caso e classificou o escândalo envolvendo Epstein como uma “farsa dos democratas” criada para desgastá-lo politicamente. Ele também afirmou que, se houvesse algo concreto contra ele, “os democratas teriam divulgado antes da vitória eleitoral”.
E-mails sugerem relação próxima entre Trump e Epstein
A pressão política cresceu após a divulgação de e-mails obtidos pelo Congresso, revelados na quarta-feira (12). Nas mensagens, Epstein afirma que Trump “sabia sobre as meninas” e relata que o então empresário teria passado “horas” em sua casa acompanhado de uma vítima de abuso que, segundo os investigadores, seria menor de idade.
Os e-mails, divulgados por parlamentares democratas, levantam novas dúvidas sobre o relacionamento entre os dois. A Casa Branca acusou a oposição de “vazamento seletivo” com o objetivo de prejudicar o presidente.
Em um e-mail enviado a Ghislaine Maxwell em 2011, Epstein escreveu:
“Quero que você perceba que o cachorro que não latiu é Trump.”
Segundo o documento, uma vítima teria estado com Trump na casa de Epstein, “e nunca foi mencionada uma única vez”.
Epstein: empresário poderoso, acusado de exploração sexual
Jeffrey Epstein, empresário com conexões entre políticos, celebridades e figuras de alto nível, foi acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade e de comandar uma rede internacional de exploração sexual. Preso em julho de 2019, morreu um mês depois em sua cela em Nova York, em um episódio oficialmente classificado como suicídio, mas que segue envolto em especulações.
Desde então, o caso Epstein se transformou em um dos escândalos mais sensíveis da política americana, com parte da população exigindo a divulgação completa dos documentos relacionados ao criminoso sexual.
Crise política e pressão sobre o governo Trump
Durante a campanha, Trump prometeu divulgar a “lista de clientes” ligada ao esquema de exploração sexual infantil, um documento que nunca veio a público. A pressão aumentou nos últimos meses após o Departamento de Justiça publicar apenas arquivos parciais em fevereiro, sem novas revelações.
Agora, com os novos e-mails e a defesa pública de Trump pela divulgação dos documentos, o caso volta ao centro do debate político. Popular entre seus apoiadores, a promessa de transparência pode se transformar em mais um teste para o governo, que enfrenta críticas de que tenta controlar o ritmo e o alcance da liberação dos arquivos.





