Decisão de Donald Trump eleva barreiras comerciais contra a Índia por importações de petróleo russo e pode impactar preços ao consumidor nos EUA

Por Karol Peralta
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu a ameaça de dobrar as tarifas sobre as importações da Índia para 50%, medida que entrou em vigor nesta quarta-feira (27). A decisão amplia as tensões no comércio internacional e pode gerar impactos diretos na economia americana e indiana.
A justificativa de Trump para a nova rodada de sanções é punir a Índia por importar petróleo da Rússia, prática que, segundo o governo norte-americano, ajuda a financiar a guerra contra a Ucrânia. A Índia, atualmente a quinta maior economia do mundo, passa a enfrentar uma das tarifas mais altas já impostas pelos Estados Unidos.
A decisão ocorre poucas semanas após Trump instituir uma tarifa básica de 25% sobre produtos indianos, agora elevada para 50%. O aumento coloca em risco as relações entre os dois países, considerados parceiros estratégicos, e pode resultar em alta de preços para os consumidores americanos.
Em resposta, o governo indiano acusou Washington de adotar medidas injustas, já que outros países que também compram petróleo da Rússia não estão sujeitos ao mesmo nível de penalidades. A China, por exemplo, maior importadora do petróleo russo, enfrenta apenas 30% de tarifa. Nova Déli já havia sinalizado a possibilidade de retaliações comerciais contra os Estados Unidos.
Enquanto isso, Trump vem tentando reforçar sua posição no cenário internacional. O presidente se reuniu recentemente com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky em tentativas de mediar um acordo de paz, mas as negociações permanecem sem avanços.
Nos Estados Unidos, empresas e consumidores já sentem os efeitos da política tarifária agressiva. A campanha de aumentos de tarifas tem resultado em custos mais altos para a produção e para o consumo interno, além de pressões sobre o mercado de trabalho. Especialistas alertam que a nova medida contra a Índia pode agravar o cenário econômico e gerar novos conflitos comerciais.
Com o gesto, Trump sinaliza que pretende endurecer ainda mais sua política contra países que mantêm relações comerciais com a Rússia, levantando dúvidas sobre os próximos alvos de tarifas.