Presidente norte-americano afirma que tarifas serão cortadas “muito em breve”, mas não detalha quais países produtores serão beneficiados; Brasil é o principal exportador de café aos Estados Unidos.

Por Karol Peralta
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende reduzir as tarifas de importação sobre o café “muito em breve”, com o objetivo de conter o aumento dos preços no país. A medida, porém, ainda não tem detalhes definidos sobre quais países produtores serão beneficiados, o que deixa em aberto o impacto para grandes exportadores como o Brasil.
Durante entrevista ao programa The Ingraham Angle, da Fox News, na terça-feira (11), Trump afirmou que “vamos reduzir algumas tarifas e deixar entrar mais café”, acrescentando que o processo “acontecerá muito rápido e com muita facilidade”.
“É um processo cirúrgico bonito de se ver. Nossos custos de importação estão muito mais baixos”, declarou o presidente, ao ser questionado sobre a alta dos preços nos Estados Unidos.
Na manhã desta quarta-feira (12), o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, confirmou a intenção do governo em outro programa da emissora, o Fox and Friends. Segundo ele, os norte-americanos verão “anúncios substanciais” nos próximos dias voltados à redução dos preços de produtos como café, bananas e outros itens não cultivados nos Estados Unidos.
Bessent não detalhou como será conduzida essa redução das tarifas de importação, mas garantiu que o efeito será rápido.
“Os preços serão reduzidos muito rapidamente, e os norte-americanos começarão a se sentir melhor em relação à economia no primeiro semestre de 2026”, afirmou.
Impacto para o café brasileiro
Os Estados Unidos são um dos principais destinos do café produzido no Brasil e o maior importador de cafés especiais brasileiros, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Em 2024, os norte-americanos adquiriram cerca de 2 milhões de sacas do produto, movimentando mais de US$ 550 milhões em receita para o Brasil. O café brasileiro representa mais de 30% do mercado norte-americano e corresponde a 16% das exportações nacionais do grão.
Diante do anúncio de Trump, o governo brasileiro ainda aguarda informações oficiais. A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Itamaraty, que informaram estar acompanhando o caso e aguardam declaração formal do governo norte-americano.
Enquanto isso, especialistas do setor acreditam que a medida, se confirmada, pode favorecer o café brasileiro, que já lidera o fornecimento do produto aos EUA, reforçando sua competitividade frente a outros países produtores.





