Ministro das Cidades, Jader Filho, diz que proposta só avançará após apresentação dos dados técnicos e defende pacto federativo para financiar a tarifa zero.

Por Karol Peralta
A proposta de tarifa zero no transporte público ainda não tem previsão para avançar. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, o governo aguarda a conclusão dos estudos técnicos conduzidos pelo Ministério da Fazenda para definir o impacto financeiro e os possíveis modelos de financiamento. Somente após a apresentação dos números, as pastas devem iniciar a construção de uma proposta conjunta.
Durante encontro com jornalistas, o ministro evitou detalhar o formato em discussão, mas reforçou que a iniciativa exige um pacto federativo, com participação da União, estados e municípios. “Todos os entes da Federação precisam estabelecer soluções compartilhadas, com cada um contribuindo”, afirmou.
Jader Filho destacou que diversas cidades já têm adotado a tarifa zero em dias específicos da semana, experiência que será considerada pelo governo federal na elaboração do projeto nacional. Para ele, o Brasil não pode mais adiar o debate sobre a gratuidade. “Estamos chegando num processo que o mundo inteiro já está tratando, e o Brasil não vai poder se furtar dessa discussão”, disse.
O ministro avaliou ainda que o atual modelo de financiamento “não para em pé” e contribui para o sucateamento do transporte público, reduzindo o número de usuários e agravando a crise do setor. “Há um processo rápido de sucateamento que está expulsando o usuário do transporte público. Esse modelo que está aí não funciona mais”, afirmou.
Sobre o orçamento, Jader Filho informou que o Ministério das Cidades empenhou quase todos os R$ 501,4 milhões liberados no fim de novembro pela área econômica. Dos cerca de R$ 15 bilhões da pasta para 2024, apenas R$ 15 milhões, o equivalente a 0,1%, não foram empenhados.





