Deputados estaduais denunciam superlotação em hospitais e UPAs da Capital; Santa Casa atende acima da capacidade e suspende cirurgias do SUS

Por Karol Peralta
A crise na saúde pública de Campo Grande voltou a ser tema central na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), após denúncias de superlotação em hospitais e UPAs, com pacientes aguardando atendimento em condições precárias.
Durante sessão na Casa de Leis, o deputado Pedro Kemp (PT) afirmou que o sistema de saúde da Capital está “à beira do colapso”. Segundo ele, quase 100 pessoas estavam em leitos improvisados no dia anterior em unidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Temos uma demanda que não consegue atender todos os casos, incluindo os emergenciais. Estamos vivendo um caos da saúde”, lamentou.
O parlamentar destacou ainda a situação crítica da Santa Casa de Campo Grande, hospital de referência credenciado ao SUS. Conforme dados apresentados, havia 58 pessoas na área verde, onde há apenas sete vagas, e nove pacientes na área vermelha, que dispõe de seis leitos. Kemp relatou que cirurgias de pacientes com câncer foram suspensas, gerando desespero entre os atendidos.
De acordo com o deputado, o hospital estaria mantendo o atendimento normal para planos particulares, mas reduzindo o atendimento pelo SUS devido ao não recebimento integral dos valores contratualizados. “A Central de Regulação envia pacientes em situação emergencial, e o hospital os coloca em macas por falta de leitos, tentando evitar omissão de atendimento. Mas já estão atuando muito além da capacidade”, alertou.
O deputado Lidio Lopes (sem partido) reforçou as denúncias e afirmou que o sistema já está colapsado. Segundo ele, Campo Grande tem mais de 1,5 milhão de cartões SUS ativos, embora a população seja de cerca de 1 milhão de habitantes. “Pós-pandemia, as demandas aumentaram e a Capital está atendendo praticamente todo o estado. A prefeita Adriane Lopes relatou que nenhum dos 40 prefeitos com quem se reuniu disse que a situação está sob controle”, pontuou.
Lidio também destacou que 39 pacientes internados nas UPAs da Capital eram do interior, o que sobrecarrega ainda mais os serviços. “São 220 leitos distribuídos em sete UPAs e três UBSFs. A Santa Casa é credenciada direto ao SUS, e o pagamento é feito em dia. O problema é que não há como aumentar o repasse sem ampliar os serviços ofertados, e as unidades já estão no limite”, concluiu.
A situação coloca a saúde de Campo Grande em alerta máximo e reforça a necessidade de ação conjunta entre Estado, Prefeitura e Governo Federal para evitar o agravamento do colapso hospitalar.





