Produção brasileira cresce 16,3% em relação a 2023/24, impulsionada por soja, milho, arroz e algodão, e registra maior volume da história do agronegócio

Por Karol Peralta
O Brasil alcançou mais um marco histórico na agricultura. A safra de grãos 2024/25 atingiu 350,2 milhões de toneladas, crescimento de 16,3% em relação ao ciclo anterior, quando foram colhidas 324,36 milhões de toneladas. Os dados são do 12º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com o levantamento, o resultado foi impulsionado principalmente pela produção de soja, milho, arroz e algodão, que juntos representaram 47 milhões das 49,1 milhões de toneladas adicionais em comparação à temporada anterior.
Condições climáticas favoreceram a produção
Segundo a Conab, o crescimento reflete a expansão de 1,9 milhão de hectares cultivados – passando de 79,9 milhões para 81,7 milhões de hectares – e as condições climáticas favoráveis, especialmente no Centro-Oeste, com destaque para o Mato Grosso.
A produtividade média nacional das lavouras também cresceu 13,7%, saltando de 3.769 quilos por hectare em 2023/24 para 4.284 kg/ha no atual ciclo.
Soja: a estrela da safra
A soja foi o produto de maior destaque, com produção recorde estimada em 171,5 milhões de toneladas, 20,2 milhões a mais que na safra anterior.
Segundo a Conab, o “resultado histórico” é reflexo da combinação entre o aumento da área cultivada e a melhora na produtividade.
O rendimento médio nacional chegou a 3.621 kg/ha, o maior já registrado. Goiás liderou com a maior produtividade, atingindo 4.183 kg/ha, enquanto o Rio Grande do Sul ficou com o menor resultado (2.342 kg/ha), devido às altas temperaturas e irregularidades de chuvas entre dezembro e fevereiro.
Milho e algodão também batem recordes
O milho, somando as três safras, também registrou resultado histórico, com produção estimada em 139,7 milhões de toneladas, alta de 20,9% sobre o ciclo anterior.
A primeira safra deve fechar em 24,9 milhões de toneladas (+8,6%), enquanto a segunda – responsável por 112 milhões de toneladas – apresenta crescimento de 24,4%. A terceira safra ainda está em desenvolvimento e deve alcançar 2,7 milhões de toneladas.
O algodão também teve produção recorde, estimada em 4,1 milhões de toneladas, alta de 9,7% em relação à safra passada. A expansão da área cultivada (+7,3%) e o clima favorável explicam o avanço. Até o fim de agosto, 72,8% da área já havia sido colhida.
Arroz e feijão garantem abastecimento
A produção de arroz encerrou em 12,8 milhões de toneladas, crescimento de 20,6% sobre 2023/24 – o 4º maior volume da história. O aumento foi favorecido pela expansão de 9,8% na área cultivada e pelas boas condições climáticas no Rio Grande do Sul, maior produtor do país.
Já o feijão, distribuído em três safras, deve somar 3,1 milhões de toneladas, volume suficiente para garantir o abastecimento interno.
Culturas de inverno
Entre as culturas de inverno, o trigo apresentou redução de 19,9% na área plantada, somando 2,4 milhões de hectares. Apesar da melhora na produtividade (3.077 kg/ha contra 2.579 kg/ha em 2024), a produção total deve ser de 7,5 milhões de toneladas, uma queda de 4,5% em relação à temporada passada.
Recorde reafirma protagonismo do Brasil no agro
Com o novo resultado, o Brasil reafirma sua posição de potência global no agronegócio, consolidando-se como um dos maiores produtores e exportadores de grãos do mundo.