Putin reafirma ofensiva e afirma que Moscou não abrirá mão da região; Kiev diz que não cederá território

Por Karol Peralta
O presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia assumirá o controle total de Donbas “pela força”, caso as tropas ucranianas não deixem a região, intensificando as tensões enquanto a guerra se aproxima do terceiro ano.
Rússia diz que avançará sobre Donbas mesmo sem acordo
Em entrevista divulgada na quinta-feira (3), Putin declarou que Moscou retomará totalmente as áreas de Donetsk e Luhansk, regiões que compõem Donbas, “pelo poder das armas”. Ele insistiu que a ofensiva continuará até que a Ucrânia abandone o território — algo que Kiev rejeita categoricamente.
Putin enviou dezenas de milhares de soldados para o país vizinho em fevereiro de 2022, após anos de conflito entre separatistas pró-Rússia e forças ucranianas. Segundo ele:
“Ou libertamos esses territórios pela força das armas ou as tropas ucranianas deixam esses territórios.”
A declaração foi exibida pela televisão estatal russa antes de sua visita a Nova Délhi.
Kiev diz que não cederá território
O governo ucraniano reiterou que não oferecerá partes de seu território como concessão, afirmando que Moscou não conseguiu vitórias militares que justificassem qualquer negociação desse tipo. O presidente Volodymyr Zelensky reforçou que a Rússia “não deve ser recompensada pela guerra que iniciou”.
Atualmente, Moscou controla 19,2% da Ucrânia, incluindo a Crimeia, grande parte de Donetsk, toda Luhansk, além de extensões de Kherson, Zaporizhzhia, Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk.
Apesar disso, cerca de 5.000 km² de Donetsk permanecem sob domínio ucraniano.
Pressão diplomática entre EUA e Rússia
Putin também afirmou que a Rússia aceitou algumas propostas dos EUA referentes ao conflito. Os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner estiveram no Kremlin e, segundo o líder russo, as conversas foram “muito úteis”.
O encontro teria sido baseado em pontos discutidos entre Putin e Donald Trump no Alasca, em agosto, segundo a agência estatal russa RIA.
Contudo, Moscou insiste que um possível acordo deve reconhecer o controle russo sobre Donbas — exigência rejeitada tanto pela Ucrânia quanto pelos EUA.





