Com mais de 97% das urnas apuradas, senador e ex-prefeito de Tarija derrota Tuto Quiroga no segundo turno histórico e defende descentralização e fortalecimento do setor privado

Por Karol Peralta
Com 97% das urnas apuradas, o candidato do Partido Democrata Cristão (PDC), Rodrigo Paz, foi eleito presidente da Bolívia, segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país. O resultado, considerado irreversível, marca um momento histórico na política boliviana, com a realização do primeiro segundo turno presidencial da história.
Aos 49 anos, Paz, senador e ex-prefeito da cidade de Tarija, assume o cargo em meio a uma grave crise econômica e desafios sociais crescentes. Durante a campanha, o novo presidente defendeu a descentralização do governo, o fortalecimento do setor privado e a continuidade dos programas sociais voltados às populações mais vulneráveis.
A eleição foi marcada pela derrota inédita do Movimento ao Socialismo (MAS), partido fundado por Evo Morales, que dominou a política nacional por quase duas décadas. Morales, que declarou apoio a Paz no segundo turno, afirmou ter votado “por obrigação”, após o fracasso eleitoral de seu partido no primeiro turno.
Em seu discurso após a confirmação da vitória, Rodrigo Paz afirmou que “não é um candidato que ganha ou perde, mas o país”, e agradeceu ao adversário, Jorge “Tuto” Quiroga, por reconhecer o resultado preliminar.
“Hoje, após a vitória, estendemos nossa mão para governar com todos os homens e mulheres que amam a Bolívia”, declarou Paz em mensagem aos apoiadores em La Paz.
O novo presidente destacou ainda o apoio de líderes regionais e a retomada do diálogo internacional.
“A Bolívia está gradualmente recuperando sua posição internacional”, afirmou, mencionando contatos com autoridades dos Estados Unidos.
Segundo Paz, ele conversou com Christopher Landau, subsecretário de Estado norte-americano, e reafirmou a importância de uma parceria estratégica com Washington.
“Qualquer apoio, assistência ou cooperação necessária para manter uma estreita relação com um dos governos mais importantes do mundo fará parte das soluções a partir de 8 de novembro, para que a Bolívia não fique sem seus hidrocarbonetos”, disse.
Com uma agenda econômica liberal moderada e promessa de diálogo nacional, Rodrigo Paz inicia sua gestão sob expectativa de reconstrução da confiança internacional e estabilidade política interna.





