Expansão urbana, imóveis valorizados e infraestrutura em obras transformam bairros da região leste de Campo Grande em polo atrativo para morar, investir e empreender

Por Karol Peralta
Com localização estratégica, natureza preservada e um ritmo constante de expansão de serviços, comércio e infraestrutura, a região leste de Campo Grande tem se destacado como um dos principais vetores de crescimento da capital sul-mato-grossense. A área, que abrange bairros como Jardim Veraneio, Carandá Bosque, Vila Nascente e Chácara dos Poderes, próximos ao Parque dos Poderes, atrai cada vez mais moradores, comerciantes e investidores.
O cenário é resultado de um processo de transformação urbana visível nos últimos anos. A chegada de novos empreendimentos residenciais e comerciais, combinada à valorização acima da média dos imóveis e à execução de obras de infraestrutura pelo poder público, tem impactado diretamente a economia local e redesenhado a paisagem urbana da cidade.
A mudança é observada por especialistas do setor. Segundo o arquiteto e urbanista Fernando Madeira, o momento atual de Campo Grande reflete um forte ciclo de crescimento impulsionado por investimentos privados em todo o estado. “Estamos falando de mais de R$ 100 bilhões investidos em Mato Grosso do Sul. A capital naturalmente absorve uma parcela importante desses recursos, o que estimula a expansão urbana”, afirma.
De acordo com Madeira, a região leste passa por uma ocupação intensiva de seus vazios urbanos, com a criação de loteamentos, prédios residenciais e condomínios fechados. Ele destaca ainda a importância da mobilidade urbana para esse processo de adensamento. “A duplicação do anel viário e a consolidação de vias como a Avenida Hiroshima como eixos comerciais contribuem para que as pessoas se desloquem menos e vivam melhor.”
A valorização dos imóveis confirma o potencial da região. Com crescimento superior a 20% ao ano, o Jardim Veraneio se tornou referência em desenvolvimento imobiliário. O corretor Fernando Moya, da imobiliária FTX, aponta que a região leste é hoje a mais promissora da cidade. “A verticalização chegou. Os jovens procuram moradias modernas e próximas aos centros de emprego e lazer. É uma tendência nas grandes cidades, e Campo Grande está seguindo esse caminho”, analisa.
O avanço imobiliário tem sido acompanhado por uma expansão comercial. Comércios já estabelecidos se fortalecem, enquanto novos empreendimentos chegam à região. É o caso da padaria Dico, que instalou sua segunda unidade na Avenida Hiroshima. “O bairro cresce a cada ano. A quantidade de empreendimentos novos atrai fluxo, gera visibilidade e beneficia toda a vizinhança”, afirma Heraldo Miranda Filho, sócio do estabelecimento.
Além do fator econômico, o empresário destaca o ambiente como atrativo. “É uma região arborizada, com vista privilegiada e infraestrutura em desenvolvimento. Tudo isso torna o bairro desejável tanto para morar quanto para investir.”

Para incorporadoras, o cenário também é favorável. Jordano Prado, sócio-diretor da Hub Incorporações, acredita que a valorização da região é sustentada por fatores estruturais. “A região leste tem localização privilegiada e boas conexões viárias. Somado a isso, há um volume expressivo de obras públicas em andamento que ampliam ainda mais seu potencial.”
Entre as melhorias citadas estão a construção de bacias de retenção de águas pluviais, destinadas a minimizar alagamentos, e a implantação de um viaduto sobre o anel viário, com previsão de entrega para 2025. Segundo Prado, outras intervenções como a pavimentação de ruas no Jardim Veraneio e a duplicação do anel viário também estão previstas.
A proximidade com o Parque dos Poderes e com os órgãos públicos situados na região reforça o interesse por novos empreendimentos. “As pessoas buscam moradias perto do trabalho. E, além disso, valorizam a conexão com áreas verdes e opções de lazer ao ar livre”, completa Prado.
O fenômeno registrado na região leste acompanha uma tendência mais ampla de descentralização urbana. Enquanto no passado os moradores precisavam se deslocar até o centro da cidade para acesso a serviços e comércio, hoje essas demandas são supridas pelos próprios bairros, que se estruturam com escolas, supermercados, unidades de saúde e opções de lazer.
“Estamos vivenciando o surgimento de múltiplas centralidades. Isso muda a lógica da cidade e reduz o uso de veículos, o que melhora a qualidade de vida”, afirma Fernando Madeira.
O impacto direto na economia inclui a geração de empregos, o estímulo ao comércio de bairro, a ocupação de áreas antes ociosas e o aumento da arrecadação municipal. O avanço da região leste simboliza um novo ciclo de desenvolvimento urbano que transforma Campo Grande em uma capital mais moderna, integrada e sustentável.