Edital do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais pode proteger mais de 540 mil hectares de vegetação nativa e gerar renda extra para até 300 produtores rurais

Por Karol Peralta
Produtores rurais do Pantanal têm até o dia 20 de agosto para aderir ao Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) – Conservação e Valorização da Biodiversidade, iniciativa que pode proteger até 540,8 mil hectares de vegetação nativa no bioma ainda em 2025.
O cálculo considera a divisão dos R$ 30 milhões disponíveis para o próximo ano, com pagamento de R$ 55,47 por hectare/ano, conforme edital lançado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

Segundo o diretor executivo do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe, o programa representa uma oportunidade de aliar produção e preservação.
“O Pantanal é um dos biomas mais preservados do mundo e, ao mesmo tempo, um dos mais produtivos. Este edital é uma forma de reconhecer financeiramente os produtores que mantêm áreas nativas acima do exigido por lei. É um estímulo para que a pecuária pantaneira siga aliada à conservação”, afirmou.
O PSA prevê pagamento de até R$ 100 mil por propriedade e R$ 300 mil por grupo econômico, com possibilidade de recebimento por dois anos consecutivos (2025 e 2026). A meta é contemplar até 300 produtores.
Roscoe destaca que a adesão também pode trazer benefícios diretos à gestão rural.
“O valor do PSA pode ser usado para investir em infraestrutura, capacitação e tecnologias que aumentem a eficiência produtiva, ao mesmo tempo em que se preserva o meio ambiente. É uma renda extra que vem sem necessidade de ampliar área de produção ou aumentar a pressão sobre os recursos naturais”, disse.
Para participar, a propriedade deve:
- estar localizada total ou parcialmente no Pantanal sul-mato-grossense;
- estar inscrita no Cadastro Ambiental Rural (CAR/MS);
- manter excedente de vegetação nativa conservada.
As inscrições devem ser feitas pela plataforma Editais MS (link aqui), com envio da documentação exigida.
Roscoe conclui reforçando a importância da participação:
“Se conseguirmos atingir a meta de proteger mais de meio milhão de hectares, daremos mais um passo histórico na consolidação do Pantanal como referência mundial em produção sustentável”.