Polícia Rodoviária Federal realiza apreensão histórica de barras de ouro na BR-401 em Boa Vista, prende motorista e investiga possível rota ilegal para países vizinhos.

Por Karol Peralta
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou nesta segunda-feira (4) a maior apreensão de ouro já registrada no Brasil, ao apreender 103 kg do minério em barras durante uma abordagem em Boa Vista, Roraima. O ouro foi avaliado em R$ 61 milhões, de acordo com a cotação atual do Banco Central.
A apreensão aconteceu por volta do meio-dia, na altura da ponte dos Macuxis, na BR-401, quando uma caminhonete Hilux ano 2024 foi parada para fiscalização. O motorista, de 30 anos, que trabalha com construção civil e grandes obras, estava acompanhado da esposa e do filho, um bebê de nove meses.
Agentes da PRF desconfiaram de inconsistências na documentação apresentada e realizaram uma busca minuciosa no veículo, onde encontraram as barras de ouro escondidas no painel. “Percebemos sinais de que algumas partes do carro haviam sido mexidas, o que nos levou a aprofundar a inspeção. Esses veículos geralmente fazem parte de rotas já mapeadas, mas a PRF utiliza técnicas para identificar comportamentos suspeitos, como neste caso”, explicou o agente Rodrigo Magno.
O veículo, que não estava registrado no nome do motorista preso, foi encaminhado à Polícia Federal junto com o ouro para as devidas investigações. A suspeita é de que o ouro tenha saído de Rondônia e que o destino seria a Venezuela ou a Guiana, países que fazem fronteira com Roraima, o que reforça as suspeitas de contrabando e garimpo ilegal.
Rodolfo Magno, agente da PRF, destacou a importância da operação: “Apesar de haver várias ocorrências com ouro em garimpos em Roraima, essa é a maior apreensão até agora no estado e no país.”
Anteriormente, a segunda maior apreensão no estado ocorreu em junho de 2024, quando 21 kg de ouro foram apreendidos e duas pessoas presas.
Inicialmente, a PRF informou que havia apreendido 104 kg de ouro, mas após pesagem na Polícia Federal, o peso corrigido foi de 103 kg. A diferença ocorreu porque o ouro ainda estava embalado em papel na primeira medição.
Essa apreensão é considerada um golpe significativo contra o tráfico ilegal de ouro e o garimpo clandestino, atividades que causam impactos ambientais e sociais graves, especialmente em terras indígenas e áreas de preservação ambiental.