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Prefeito de Terenos é alvo de operação do Gaeco contra fraudes em licitações

Ação do Gaeco cumpre mandados de prisão e busca em Terenos e Campo Grande; entre os investigados está o prefeito Eduardo Henrique Wancura Budke (PSDB).

Por Karol Peralta

Terenos, município localizado a 31 quilômetros de Campo Grande, tornou-se o centro de uma nova operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) desencadeada na manhã desta terça-feira (9). Entre os alvos está o prefeito Eduardo Henrique Wancura Budke (PSDB), investigado em um esquema de fraudes em contratos públicos.

Segundo informações apuradas pela reportagem, a ofensiva policial cumpre pelo menos 10 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. As equipes chegaram a Terenos por volta das 6h, passando pela sede da Prefeitura, residências de empresários e até um bar da cidade. Em Campo Grande, houve cumprimento de mandado em uma casa no bairro Santo Antônio.

Em nota, a assessoria da Prefeitura de Terenos confirmou a presença das equipes no prédio público, mas alegou não ter sido comunicada oficialmente sobre o “real motivo da ação”. O Executivo informou ainda que está colaborando com as autoridades, fornecendo documentos e informações necessárias para o esclarecimento dos fatos.

Operações anteriores e histórico das investigações

A ação desta terça-feira ocorre um ano após a Operação Velatus, conduzida pelo Gaeco e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). Na época, servidores da Prefeitura foram acusados de fraudar licitações milionárias para desviar recursos públicos.

O ex-secretário de Obras, Isaac Cardoso Bisneto, chegou a ser preso em Campo Grande, acusado de integrar o esquema, e foi liberado em fevereiro deste ano. As investigações apontaram que empresas sem experiência eram usadas como fachada para contratos, muitos deles assinados antes mesmo de haver sede física ou ligação de energia elétrica.

Mensagens interceptadas pelo Ministério Público revelaram indícios de divisão prévia dos contratos e repasses de valores a agentes públicos.

Decisão do Tribunal de Contas e suspeitas de fraude

Em maio de 2025, o MPC-MS (Ministério Público de Contas de Mato Grosso do Sul) obteve junto ao TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) a suspensão de contratos da Prefeitura de Terenos por suspeita de fraude. A medida interrompeu pagamentos e proibiu novos atos que pudessem causar prejuízos ao erário.

Na ocasião, a Prefeitura declarou que abriria sindicâncias internas para apurar irregularidades e a eventual participação de servidores. O município ainda ressaltou que todos os contratos estavam sob aprovação de órgãos de fiscalização.

(Foto: Henrique Kawaminami)

Operação Velatus: os detalhes do esquema revelado em 2024

Deflagrada em agosto de 2024, a Operação Velatus revelou um complexo esquema de fraudes em licitações milionárias da Prefeitura de Terenos.

O então secretário de Obras, Isaac Cardoso Bisneto, preso preventivamente poucos dias após deixar o cargo, foi acusado de atuar em conluio com empresários que simulavam concorrência apresentando propostas idênticas. Muitas das empresas envolvidas eram de fachada, sem sede física ou até mesmo sem energia elétrica instalada.

As investigações identificaram transferências de valores suspeitos, como R$ 21 mil e R$ 2 mil para o pai do secretário, Isaac Cardoso Neto, interpretadas como propina.

Durante as buscas, foram presos também os empresários Hander Luiz Corrêa Groti Chaves, flagrado com uma pistola calibre 22, e Genilton da Silva Moreira, que tentou esconder notebook e celulares no telhado da própria casa. Ambos foram liberados após pagamento de fiança.

Outro empresário, Sandro José Bortoloto, dono da Angico Construtora, teve R$ 10 mil em espécie apreendidos em sua residência.

Entre as empresas investigadas na chamada “farra das convidadas” estavam:

  • D’Aço Construção e Logística
  • Bonanza Comércio e Serviços
  • HG Empreiteira
  • Base Construtora
  • Angico Construtora

Todas ligadas a políticos e ex-servidores do município.

Situação atual

Até a publicação desta reportagem, o Ministério Público não havia divulgado a lista oficial dos presos nem detalhado os objetos apreendidos na operação desta terça-feira (9). O caso segue em investigação.

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