Jader Alves Corrêa, de 40 anos, conhecido como Nego Jader, foi espancado e morto com golpes de faca, pedras e garrafas após confusão no bairro Vila Danúbio Azul

Por Karol Peralta
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio da Delegacia Especializada de Homicídios (DHPP), concluiu as investigações sobre a morte de Jader Alves Corrêa, de 40 anos, conhecido como Nego Jader, encontrado sem vida na madrugada de 8 de fevereiro deste ano, em uma rua do bairro Vila Danúbio Azul, em Campo Grande.
De acordo com o inquérito, a vítima apresentava sinais evidentes de violência extrema, com afundamento em várias partes do crânio, fraturas nos ossos e perfurações no tórax provocadas por golpes de faca. Próximo ao corpo, foram localizados pedaços de madeira, pedras e garrafas quebradas, todos utilizados na agressão.
Perseguição e brutalidade
As imagens de câmeras de segurança analisadas pela polícia mostram que Jader se envolveu em uma confusão com um transeunte. Após o desentendimento, ele passou a ser perseguido por várias pessoas. Ao ser alcançado, foi espancado com pauladas, chutes, socos e garrafadas.
Em determinado momento, um dos agressores lançou contra a cabeça da vítima um palete de madeira, fazendo com que Jader desmaiasse imediatamente. Uma faca utilizada para perfurá-lo também foi encontrada em uma lixeira próxima ao local do crime.
Motivação e autoria
Segundo a DHPP, Jader estava possivelmente sob efeito de drogas ilícitas quando se envolveu em uma briga com um homem embriagado. O filho do homem tentou intervir, e a confusão chamou a atenção de populares, que conheciam pai e filho. A situação rapidamente evoluiu para perseguição e agressões contra Jader, que caiu ao solo e foi alvo de violência brutal.
No decorrer da investigação, foram ouvidas 19 pessoas, incluindo suspeitos, testemunhas e envolvidos. As diligências permitiram identificar cinco indivíduos que participaram diretamente das agressões, sendo quatro maiores de idade e um adolescente de 18 anos.
Indiciamentos
A polícia detalhou que cada agressor teve uma participação distinta: um desferiu os golpes de faca no tórax, outro lançou o palete contra a cabeça da vítima, e os demais utilizaram garrafas e pedaços de madeira.
Os quatro maiores de idade, com 41, 24, 23 e 20 anos, foram indiciados por homicídio qualificado, praticado de forma cruel e sem possibilidade de defesa da vítima. Apesar de alegarem legítima defesa, os investigadores concluíram que não havia justificativa para a brutalidade cometida.
Já o adolescente envolvido teve o caso encaminhado à Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (DEAIJI), que dará continuidade aos procedimentos cabíveis.
Próximos passos
O inquérito policial foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público, que deve analisar as provas e oferecer denúncia contra os acusados. O caso, marcado pela violência, reforça o alerta das autoridades para os índices de homicídio registrados em Campo Grande e a necessidade de ações para prevenir crimes dessa natureza.