Ação em São João de Meriti desmantela rede criminosa envolvida no furto e receptação de cabos de energia e telecomunicações, afetando serviços públicos essenciais como luz, internet e transporte

Por Karol Peralta
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nesta quarta-feira (6) mais uma fase da Operação Caminhos do Cobre, uma ofensiva contra ferros-velhos de reciclagem clandestinos envolvidos na receptação de materiais metálicos furtados, como cabos e estruturas de cobre pertencentes a concessionárias de energia, telecomunicações e sinalização urbana.
A ação teve como foco o município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde os investigadores identificaram uma rede criminosa estruturada que coloca em risco o funcionamento de serviços públicos essenciais, como energia elétrica, internet, telefonia e transporte urbano. Ao todo, sete pessoas foram presas, e responderão por receptação qualificada, furto de energia elétrica e poluição ambiental.
Durante a operação, cerca de 500 quilos de cobre foram apreendidos. O material apresentava características compatíveis com cabos utilizados por empresas concessionárias, além de tampas de bueiros e fios de rede elétrica, confirmando o envolvimento direto com a subtração de estruturas públicas. O furto desses itens compromete gravemente o funcionamento das cidades e pode até provocar acidentes de trânsito devido à retirada de sinais e tampas de proteção.
As empresas concessionárias, cujas redes foram violadas, participaram da ação oferecendo suporte técnico na identificação do material apreendido e no levantamento dos prejuízos. A participação técnica foi crucial para fortalecer a ação integrada entre órgãos públicos e aumentar a eficácia da operação.
Segundo a Polícia Civil, muitos dos locais fiscalizados não possuem registro legal de funcionamento e atuam de forma clandestina, com fortes indícios de ligação com facções criminosas. Esses pontos funcionam como canais para reintrodução ilegal dos materiais furtados no mercado formal, o que agrava o impacto na infraestrutura urbana e aumenta os riscos à segurança pública.
Desde o início da Operação Caminhos do Cobre, em setembro de 2024, mais de 310 ferros-velhos foram fiscalizados, com 100 responsáveis presos e mais de 250 toneladas de materiais metálicos apreendidos. Os resultados reforçam a amplitude da rede de crimes envolvendo o furto de cobre e a importância das ações constantes.
A repressão ganhou força após a sanção da nova lei federal em 29 de julho de 2025, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A legislação aumentou as penas para crimes de furto, roubo e receptação de equipamentos de telefonia, energia elétrica, ferroviários e metroviários, além de endurecer punições para ações que comprometam serviços públicos essenciais.
As autoridades informaram que diversos inquéritos ainda estão em andamento, visando desarticular toda a cadeia criminosa, desde os autores dos furtos até os pontos finais de venda e reprocessamento, como metalúrgicas e empresas de reciclagem envolvidas.
Com a intensificação das ações e o reforço da legislação, a expectativa é de que novas fases da operação continuem a inibir a atuação de grupos criminosos e preservar os serviços essenciais à população.