Pecuária brasileira vive ciclo de alta com recuperação de preços e novas oportunidades no mercado

Especialistas apontam valorização do boi gordo, aumento do consumo global de proteínas e potencial de exportação para impulsionar setor

Por Karol Peralta

A pecuária brasileira atravessa um novo ciclo, marcado pela valorização dos preços e pelo surgimento de oportunidades no mercado interno e externo. A avaliação é do presidente da Associação Novilho Precoce MS, Rafael Gratão, que participou nesta semana de um talk show agro promovido pelo Sicredi União MS/TO durante o Conexão Agro, na sede do Sistema OCB/MS, em Campo Grande.

Segundo Gratão, o preço do boi gordo teve uma recuperação expressiva. “Saímos do ano passado com um boi na faixa de R$ 200 a R$ 220, para hoje trabalharmos entre R$ 290 e R$ 320. Mesmo no pior cenário recente, como a tarifação, o mercado reagiu e voltou rapidamente para R$ 315. Isso mostra que temos um cenário positivo e resiliente”, afirmou.

Apesar do momento favorável, o presidente reforça que a gestão financeira continua sendo fundamental. “O produtor não pode deixar despercebida as questões ligadas aos juros, à taxação e à sua alavancagem. É essencial fazer contas, buscar uma boa consultoria, organizar o fluxo de caixa e planejar o futuro. Para quem vende bezerro ou boi gordo, o momento é de boa receita, mas cada um precisa cuidar da margem e das características individuais do seu negócio”, destacou.

Além da administração eficiente, Gratão defendeu o investimento em qualificação. “O conhecimento é uma ferramenta essencial. Com ele, conseguimos tomar decisões mais assertivas e garantir a competitividade do nosso produto. Parcerias com instituições financeiras e programas de capacitação, como os do Senar, ampliam a capacidade de investimento e inovação do produtor”, ressaltou.

Na sequência, a jornalista e especialista em economia e agronegócio, Kellen Severo, apresentou dados e tendências que reforçam o cenário positivo. “O aumento do consumo de proteínas no mundo, impulsionado pela elevação da renda em diversas regiões, é uma realidade. As Américas têm se consolidado como fornecedoras estratégicas de alimentos, e o Brasil ocupa uma posição de destaque”, afirmou.

Segundo ela, a conjuntura internacional coloca o país em vantagem competitiva, especialmente quando outros mercados enfrentam limitações produtivas ou barreiras sanitárias. “Os setores mais importantes da nossa economia têm um horizonte de crescimento sólido. Isso significa que, apesar dos desafios, o produtor brasileiro está posicionado em um mercado que seguirá em expansão, o que vai favorecer o envio dos nossos produtos”, acrescentou.

Tanto Gratão quanto Kellen destacaram que estados como Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul têm potencial para ampliar sua participação nas exportações de carne bovina, impulsionadas pela demanda crescente de países como o Japão, mercado que tem sido trabalhado pelo atual Governo do Estado de MS.

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