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PCC lucra com agrotóxicos falsificados e amplia atuação criminosa em Mato Grosso do Sul

Facção usa o mercado paralelo de defensivos agrícolas como nova fonte de receita; Mato Grosso do Sul concentra quase 40% das apreensões do país, segundo investigações.

Foto: Osmar Veiga

Por Karol Peralta

O Primeiro Comando da Capital (PCC) encontrou uma nova fonte de lucro: o mercado de agrotóxicos falsificados, um esquema criminoso que movimenta cerca de R$ 20,8 bilhões por ano no Brasil. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Mato Grosso do Sul foi o estado com maior número de apreensões de defensivos ilegais entre 2018 e 2021, consolidando-se como uma das principais rotas do crime.


Facção investe no mercado paralelo de agrotóxicos

Uma investigação sobre agiotagem em Franca (SP) revelou que o PCC havia recebido R$ 40 mil pela venda de “veneno” e sofreu calote em outra transação, o que levou o MPSP a ampliar as apurações.
O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteira (IDESF) explica que o mercado ilegal de agrotóxicos é sustentado por quatro pilares criminosos: roubo de carga legalizada, falsificação de defensivos, contrabando e importação de produtos legais para adulteração.


Mato Grosso do Sul lidera apreensões

Entre 2018 e 2021, Mato Grosso do Sul concentrou 35% a 40% das operações da Polícia Federal relacionadas à apreensão de agrotóxicos falsificados, principalmente nas fronteiras com o Paraguai, principal origem dos produtos contrabandeados.
Em 2023, foram 575 toneladas apreendidas no estado um aumento de 180% em relação a 2022. No primeiro trimestre de 2024, o volume já havia alcançado 345 toneladas.
Um dos casos mais recentes ocorreu em 10 de outubro, quando a PRF (Polícia Rodoviária Federal) apreendeu nove toneladas de agrotóxicos contrabandeados em Eldorado, no sul do estado.


Fronteiras impulsionam o crime organizado

As diferenças tributárias entre Brasil e Paraguai, somadas à falta de rastreabilidade digital, criam brechas que permitem a expansão do crime organizado no agronegócio.
O PCC, que chegou a Mato Grosso do Sul nos anos 2000, aproveitou as fronteiras com o Paraguai e a Bolívia para expandir sua atuação no tráfico de drogas, armas e agora de agrotóxicos.
Com o tempo, a facção passou a lavar dinheiro em setores formais, como postos de combustíveis e fintechs, demonstrando um nível cada vez mais sofisticado de infiltração na economia.


Paraguai se tornou polo de produção ilegal

O Paraguai se consolidou como polo de formulação de agroquímicos ilegais, favorecido por legislação mais flexível e baixa carga tributária.
As rotas de contrabando seguem as mesmas utilizadas para o tráfico de cigarros e eletrônicos, com logística estruturada e distribuição organizada.

Em 2024, denúncias apontaram o uso de produtos ilegais em áreas indígenas, com suspeita de falsificação de documentos e participação de técnicos agrícolas.


Operação Ceres II combate contrabando

No mês passado, a Operação Ceres II reuniu Ibama, Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e Funai em uma força-tarefa para combater o contrabando de agrotóxicos na Terra Indígena Yvy Katu, em Japorã (MS).
A ação ocorreu em dez pontos distintos e resultou em quatro autuações por uso irregular de defensivos.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul mostram que os casos de intoxicação por agrotóxicos dobraram entre 2021 e 2023, ampliando o alerta sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente.


Propostas para conter o avanço

Especialistas defendem que o controle do problema passa pela rastreabilidade tecnológica dos produtos e pela cooperação entre Estado e setor privado para reduzir o espaço de atuação do crime organizado no agronegócio.
A implementação de sistemas digitais de monitoramento pode impedir o desvio de defensivos, aumentar a segurança alimentar e proteger o setor produtivo brasileiro.

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