Papa Leão XIV pede reconciliação e justiça durante missa no Líbano marcada por homenagens às vítimas da explosão de 2020

Em visita ao país, o pontífice defendeu novas abordagens para a paz no Oriente Médio, cobrou o fim da impunidade e prestou homenagem às vítimas da explosão no porto de Beirute.

Por Karol Peralta

Durante uma missa ao ar livre em Beirute, acompanhada por cerca de 150 mil pessoas, o papa Leão XIV fez um forte apelo por novas abordagens no Oriente Médio, defendendo o abandono da lógica de vingança e o avanço de processos de reconciliação em uma região historicamente marcada por conflitos.


O pontífice destacou que o Oriente Médio precisa superar divisões políticas, sociais e religiosas para que a paz seja possível. Segundo ele, é necessário “abrir novos capítulos em nome da reconciliação”, em uma fala que repercutiu entre fiéis e autoridades locais.

Durante o evento, que encerrou sua visita de três dias ao Líbano, Leão XIV também dirigiu uma mensagem especial aos cristãos do Oriente, pedindo que demonstrem coragem diante das adversidades que enfrentam. A celebração ocorreu à beira-mar e antecedeu o retorno do papa a Roma.

O pontífice apelou à comunidade internacional para que intensifique esforços de diálogo e reconciliação, especialmente em um momento em que o país atravessa instabilidade política, crise econômica e receios renovados de conflito com Israel.

Antes da missa, Leão visitou o local da explosão do porto de Beirute em 2020, considerada um dos episódios mais traumáticos da história recente do país. Ali, rezou em silêncio, encontrou familiares de algumas das 218 vítimas e consolou parentes que seguravam fotos dos mortos.

Cinco anos após a tragédia, nenhuma autoridade foi responsabilizada, o que aumenta a sensação de impunidade entre os libaneses. Para muitos, a explosão simboliza décadas de corrupção e falhas institucionais. Durante o encontro, familiares afirmaram que a presença do papa reforça a mensagem de que “a explosão foi um crime” e de que o país precisa garantir que “a justiça seja feita”.

Em sua homilia, Leão XIV também falou sobre o sentimento de impotência que atinge a população diante de tantas crises, mas pediu que os libaneses não se resignem. O pontífice defendeu que o Líbano deve voltar a ser “um lar de justiça e fraternidade” e um sinal de esperança para toda a região.

Ele ainda pediu que os cidadãos deixem de lado divisões étnicas e políticas, e que as diversas confissões religiosas encontrem caminhos de união. Segundo o papa, a superação das diferenças é essencial para reacender “o sonho de um Líbano unido”.

A última agenda de Leão em Beirute incluiu visita ao Hospital De La Croix, especializado no atendimento a pessoas com problemas psicológicos, reforçando o compromisso da Igreja com ações de apoio humanitário em um país profundamente abalado.

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