Evento reúne Tereza Cristina, Marcelo Bertoni e Luana Ruiz em discussão sobre marco temporal, Lei do Pantanal e desafios econômicos do campo
Por Karol Peralta
A Ponta Agrotec 2025 encerra nesta sexta-feira (7), em Campo Grande (MS), com um dos debates mais esperados da feira. O painel final, marcado para às 19h no palco principal do Majestic Hall, reunirá Luana Ruiz (Casa Civil de Mato Grosso do Sul), a senadora Tereza Cristina e o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, para discutir temas que hoje definem o futuro do agronegócio brasileiro.
O encontro, intitulado “Agro em pauta: marco temporal, ratificação e Lei do Pantanal”, promete um debate técnico sobre os impactos regulatórios e jurídicos que vêm preocupando produtores e investidores do setor. Nos últimos meses, o agro tem acompanhado com atenção propostas e decisões que podem afetar a segurança jurídica no campo, especialmente em questões como demarcação de terras indígenas, ratificação de títulos em áreas de fronteira e políticas ambientais no Pantanal.
“Quando há risco de relativização da propriedade privada, o agronegócio perde previsibilidade. E sem previsibilidade não existe investimento”, afirma Luana Ruiz, destacando a urgência da discussão.
Debate sobre segurança jurídica e impacto regulatório
O painel deve aprofundar a análise sobre o marco temporal, a Lei do Pantanal e as possíveis consequências das decisões judiciais recentes para a propriedade rural e o desenvolvimento sustentável. Também estão na pauta temas como ações do MST, confisco de terras em incidentes ambientais e interpretações jurídicas que, segundo especialistas, podem gerar insegurança jurídica e retração de investimentos no campo.
De acordo com produtores e entidades do setor, um ambiente jurídico estável é condição essencial para garantir crédito, inovação e competitividade, pilares que sustentam o agronegócio como um dos motores da economia nacional.
Juros e Plano Safra: desafios que pressionam o produtor
Além das questões fundiárias, o debate também abordará fatores econômicos que pressionam a rentabilidade no campo. A alta dos juros e as limitações do Plano Safra têm sido apontadas como obstáculos ao crescimento do setor. Com o custo do crédito elevado, produtores rurais enfrentam mais dificuldade para financiar insumos, modernizar maquinários e manter a produtividade.
“Sem linhas de financiamento equilibradas e sem um Plano Safra condizente com a realidade atual, o setor perde eficiência e capacidade de expansão”, alertam entidades rurais.
Essas preocupações se refletem diretamente na balança comercial brasileira, fortemente sustentada pelo agronegócio, que responde pela maior parte do saldo positivo do país.
Encerramento com olhar para o futuro
Com uma pauta densa e estratégica, o painel de encerramento promete ser um dos momentos mais relevantes da Ponta Agrotec 2025. O debate reforça a importância de alinhar políticas públicas, segurança jurídica e planejamento econômico para garantir o futuro da produção rural e a sustentabilidade do agronegócio.
A expectativa é de público lotado no Majestic Hall, onde especialistas e lideranças do agro vão discutir caminhos para manter o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo com estabilidade, tecnologia e segurança jurídica.
