
Polícia Federal investiga organização ligada à milícia por fraudes em postos de combustíveis no Rio; ação é desdobramento da Operação Dinastia
Por Karol Peralta
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (2) a Operação Nafta, com o objetivo de investigar e desmantelar um esquema criminoso de fraudes em postos de combustíveis, supostamente gerenciado por uma organização criminosa ligada à milícia. A ação foi realizada em parceria com a Polícia Civil, por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/RJ).
Durante a operação, a Justiça autorizou o sequestro de bens e valores dos investigados, totalizando R$ 35 milhões. O foco é desarticular a estrutura financeira da quadrilha e bloquear os lucros obtidos por meio das fraudes.
Ao todo, 70 policiais federais cumpriram um mandado de prisão preventiva na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, e 31 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Juiz de Fora (MG), Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Itaguaí, Mangaratiba, Resende e Armação dos Búzios, todas no estado do Rio.
Ligação com a milícia
Segundo as investigações, o líder da organização criminosa tem histórico de envolvimento com a milícia e hoje atuaria no crime organizado por meio da adulteração e gestão fraudulenta de postos de combustíveis. O grupo utilizava empresas de fachada e estratégias para ocultar lucros ilícitos, praticando também lavagem de dinheiro.
Desdobramento da Operação Dinastia
A Operação Nafta é um desdobramento da Operação Dinastia, deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2022. Naquela ocasião, a PF mirou uma estrutura criminosa liderada por milicianos da zona oeste do Rio de Janeiro, acusados de planejar homicídios de rivais e de outras pessoas consideradas “ameaças” ao domínio territorial.
Conforme o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), os elementos coletados nas investigações revelam uma “matança generalizada fomentada pela organização”, além de um planejamento minucioso de execuções e movimentações financeiras suspeitas.
A nova fase da operação reforça o foco das autoridades no desmonte financeiro e operacional dessas organizações, que buscam expandir sua atuação para setores econômicos como os combustíveis, utilizando práticas ilegais para consolidar poder e influência.
As investigações seguem em andamento, e a Polícia Federal não descarta novas prisões ou bloqueios de bens nas próximas fases da operação.