Operação Contra-Ataque III: empresário “Peixe” é preso em Campo Grande por esquema de tráfico e lavagem de dinheiro

Polícia Federal prende William Alves Ribeiro, apontado como líder de quadrilha, durante operação em Campo Grande; ação apreende veículos de luxo, armas e bloqueia contas bancárias.

Por Karol Peralta

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (14) o empresário William Alves Ribeiro, conhecido como “Peixe”, apontado como líder da quadrilha alvo da operação Contra-Ataque III. Ele foi detido na residência onde morava com a esposa, no condomínio Damha II, em Campo Grande. O casal é proprietário de empresas de transporte e de uma oficina de personalizados de luxo, além de possuir ao menos quatro cavalos avaliados em cerca de R$ 250 mil cada.

De acordo com as investigações, equipes da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal chegaram ao imóvel logo cedo. Ao perceber a movimentação, William quebrou o próprio celular e o arremessou no telhado, mas o aparelho foi recuperado e será periciado.

Constam no registro empresarial as companhias WR Martelinho Express Ltda. e Embaplast, além do Ateliê da Nana, pertencente à esposa, Nadja Tybusch Ribeiro, especializado em presentes e lembranças de luxo. A família também é dona de um haras localizado no Anel Viário, na região das Moreninhas.

O empresário é irmão de Welder Alves Ribeiro, o “Ninho”, dono da Aliança Transporte (ou WAR Transporte), que também foi alvo da operação, assim como sua companheira, Rosany Larissa Aranda, proprietária da loja Lolya Moda.

Segundo a Receita Federal, William trocava mensagens com traficantes e sócios de empresas usadas para receber pagamentos provenientes do comércio de drogas e armas. Adalto Rodrigues de Souza Júnior, dono da garagem Play Motors, é apontado como “muito amigo” do empresário e também foi alvo da ação.

Prisões e mandados

Ao todo, quatro pessoas foram presas e 13 mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quinta-feira. O delegado Glauber Mariano Ferreira explicou que a ação teve como objetivo apreender bens e provas em imóveis de fornecedores de drogas para uma quadrilha de Minas Gerais.

Todos os investigados detidos hoje residem em Campo Grande, com um mandado sendo cumprido em Jaraguari. O esquema envolvia o fornecimento de drogas e a utilização de empresas e contas bancárias de amigos e familiares para lavagem de dinheiro.

Bens apreendidos

Foram recolhidos computadores, celulares, veículos, armas e munições, além do bloqueio de contas bancárias e sequestro de imóveis. Entre os bens apreendidos estão um Jeep Renegade, um Jeep Compass, uma caminhonete Hilux, um jet ski e um SW4, pertencentes a Adalto, que é CAC (Caçador, Atirador e Colecionador). Ele também é dono de uma oficina alvo de busca e da garagem Play Motors.

Na casa de William, a PF apreendeu uma motocicleta de alta cilindrada e um Citroën. Já na garagem de Adalto, havia um Camaro registrado em nome de Marlon Glauber de Souza, também investigado, além de um veículo para transporte de animais identificado com a marca “Família Ribeiro”.

Esquema criminoso

Segundo as apurações, a quadrilha ocultava drogas em mercadorias agrícolas e utilizava empresas formalmente registradas — mas com movimentação incompatível com o faturamento declarado, para receber o dinheiro das negociações ilícitas. Essas companhias atuavam oficialmente em setores como venda de veículos e oficinas mecânicas.

A operação desta quinta-feira contou com bloqueio de contas, sequestro de imóveis e cumprimento de mandados em empresas como Aliança Transporte de Veículos, War Transportes, Play Motors, WR Martelinho Express Ltda., Conect Peças, Subprodutos Bovinos Ltda., Ateliê da Nana, Duas Nações Materiais para Construções, Lolya-Nyclothes Moda Feminina, Stilo Diva e Embaplast.

Origem da investigação

As investigações começaram a partir de materiais apreendidos pela Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) de Minas Gerais, durante apuração sobre um grupo criminoso que atuava no tráfico de armas e drogas no Triângulo Mineiro. A 1ª Vara Criminal de Uberaba autorizou o compartilhamento das provas com a Superintendência da PF no Mato Grosso do Sul, que deu continuidade ao trabalho.

A primeira fase da operação já havia cumprido mandados contra outros investigados, incluindo Marlon Glauber de Souza, Ana Graciliana Simões Araújo, Marco Afonso Nunes e diversos outros nomes apontados como integrantes ou colaboradores do esquema.

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