Ação cumpre 78 medidas judiciais e mira grupo estruturado que atuava com criptomoedas, logística própria e integrantes de diversos perfis sociais

Por Karol Peralta
A Polícia Civil de Rondônia desencadeou, na manhã de quarta-feira (19), a Operação Archote, ação que visa desmantelar uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas e atuação interestadual entre Rondônia e Mato Grosso do Sul. Ao todo, 78 medidas judiciais foram cumpridas, incluindo mandados de prisão, busca e apreensão e bloqueio de bens avaliados em cerca de R$ 15 milhões.

Investigação revela sofisticado esquema de tráfico interestadual
A operação, coordenada pela DRACO2/DECCO, contou com apoio de unidades policiais e do Ministério Público, e foi executada simultaneamente em nove municípios rondonienses como Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Vilhena, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e São Felipe d’Oeste, além das cidades de Campo Grande e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
Segundo as investigações, o grupo utilizava mecanismos sofisticados para dificultar o rastreamento das operações ilícitas, incluindo pagamentos em criptomoedas, contratação de um químico responsável por avaliar a pureza dos entorpecentes e uma estrutura própria de logística para o transporte interestadual das drogas.
Foram cumpridos 09 mandados de prisão, 23 mandados de busca e apreensão e medidas de indisponibilidade de bens, totalizando cerca de R$ 15 milhões entre imóveis, veículos e ativos financeiros.
Integrantes incluem empresários, estudante de Medicina e filho de vereador
Os alvos da operação revelam a capilaridade social da organização criminosa: entre os investigados estão empresários, o filho de um vereador e uma estudante de Medicina. Para a polícia, o perfil diversificado dos suspeitos indica o poder de aliciamento da quadrilha e sua capacidade de infiltração em diferentes segmentos sociais.
No Mato Grosso do Sul, o cumprimento das medidas ficou sob responsabilidade do DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), que executou ações concentradas na capital, Campo Grande.
“Archote”: simbolismo e combate coordenado ao crime organizado
O nome Archote, que significa tocha, foi escolhido para representar a ideia de iluminar estruturas ocultas do crime e dar visibilidade às ramificações do esquema.
A operação integra a RENORCRIM/MJ (Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas), reforçando a necessidade de ações coordenadas entre estados no enfrentamento ao crime organizado, especialmente em regiões próximas a fronteiras e rotas de tráfico.






