Pesquisa mostra que 7 em cada 10 homens só procuram atendimento por insistência da família. Médico urologista reforça importância do diagnóstico precoce e do autocuidado no Novembro Azul.

Por Karol Peralta
Mesmo com os avanços da medicina, a saúde masculina ainda é marcada por tabus e resistência em buscar ajuda médica. Segundo o urologista Henrique Coelho, especialista em saúde do homem, bons hábitos e consultas regulares são fundamentais para viver mais e melhor, mas muitos homens ainda evitam o médico, o que aumenta o risco de doenças graves, como o câncer de próstata.
Ter uma boa saúde vai além da genética. Segundo o médico urologista Henrique Coelho, especialista em saúde do homem, cuidar do corpo e da mente é resultado de escolhas diárias, hábitos saudáveis e consultas preventivas. No entanto, a resistência masculina em buscar atendimento continua sendo um dos maiores desafios quando o assunto é prevenção.
Um levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo revela que 7 em cada 10 homens só vão ao médico por insistência da parceira ou dos filhos. O estudo mostra ainda que mais da metade adiam as consultas até que os sintomas se agravem, o que reduz significativamente as chances de diagnóstico precoce de doenças como o câncer de próstata, que mata cerca de 47 homens por dia no Brasil.
Para o urologista, essa resistência tem raízes culturais.
“Desde cedo, o homem é ensinado a ser forte e não demonstrar fragilidade, e esse comportamento se reflete na saúde. O medo do diagnóstico, o preconceito com o exame de toque e até o receio de faltar ao trabalho são barreiras reais”, explica o Dr. Henrique Coelho.
🎗️ Novembro Azul e a importância da prevenção
Durante o mês de novembro, é realizada a campanha Novembro Azul, voltada à conscientização e prevenção do câncer de próstata, o segundo tipo mais comum entre os homens brasileiros, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A estimativa é de 71.730 novos casos por ano no triênio 2023–2025. A doença é silenciosa e, na maioria das vezes, só apresenta sintomas em estágios avançados, o que reforça a importância do diagnóstico precoce.
“Homens a partir dos 50 anos devem realizar anualmente o exame de sangue PSA e o toque retal. Já quem tem histórico familiar deve começar aos 45 anos”, orienta o médico.
⚠️ Sinais de alerta e fatores de risco
De acordo com o Ministério da Saúde, os homens vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres.
Entre os principais sintomas que merecem atenção estão:
- Dificuldade ou dor ao urinar;
- Diminuição do jato urinário;
- Presença de sangue na urina ou no sêmen;
- Necessidade de urinar com frequência;
- Desconforto na região pélvica.
A maioria dos diagnósticos ocorre após os 65 anos, mas histórico familiar, obesidade e alimentação rica em gorduras são fatores que aumentam o risco da doença.

🧠 Corpo e mente: saúde integral do homem
Além dos exames preventivos, o Dr. Henrique Coelho destaca que o cuidado deve ser integral, unindo corpo e mente.
“Não adianta cuidar só do físico e ignorar os sinais emocionais. Ansiedade, depressão e estresse também precisam de atenção e tratamento adequado”, alerta o especialista.
💡 Dicas para incentivar o autocuidado
- Desconstrua preconceitos: cuidar da saúde não é fraqueza; é um ato de responsabilidade.
- Faça check-ups regulares: exames preventivos detectam doenças em estágio inicial.
- Evite automedicação: ao sentir sintomas, procure um médico e siga as orientações adequadas.






