Neurometria pode prevenir suicídios em Mato Grosso do Sul e salvar vidas, aponta especialista

Com 232 casos registrados em nove meses de 2025, Mato Grosso do Sul aposta na neurometria para identificar sinais precoces de sofrimento psíquico e reduzir ideação suicida

Por Karol Peralta

O aumento alarmante de suicídios em Mato Grosso do Sul tem preocupado autoridades e especialistas em saúde mental. Segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), nos primeiros nove meses de 2025, já foram registrados 232 casos de suicídio no estado. Em 2024, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontou um crescimento de 72,5% em relação ao ano anterior, totalizando 287 mortes, contra 165 em 2023. Com uma taxa de 9,9 casos a cada 100 mil habitantes, o estado ocupa a 7ª posição no ranking nacional, refletindo um cenário crítico que exige novas soluções.

A esperança da neurometria

Diante desse contexto, a neurometria surge como uma ferramenta inovadora capaz de identificar precocemente padrões cerebrais e fisiológicos relacionados a sofrimento psíquico, como ansiedade, depressão e estresse, antes que estes se manifestem de forma evidente no comportamento.

Utilizando sensores, inteligência artificial e análise do sistema nervoso, a metodologia permite não apenas diagnosticar desequilíbrios de forma mais precisa, mas também oferece protocolos de treinamento cerebral que ajudam a restabelecer o equilíbrio emocional e reduzir o risco de ideação suicida.

Evidências científicas demonstram que alterações neurofisiológicas podem servir como marcadores de vulnerabilidade ao suicídio, reforçando a importância de métodos que antecipem a identificação de risco.

O psicólogo e neurocientista Doutor Jefferson Luís Azevedo Morel, doutorando em Neurociências e Saúde Mental e referência nacional no tema, destaca:

“A neurometria traz uma esperança concreta para a prevenção ao suicídio porque nos permite capturar sinais que ainda estão abaixo da consciência ou pouco manifestos, mas que indicam risco. Se pudermos identificar esses padrões cedo, seja por ondas cerebrais, respostas fisiológicas ou declínio cognitivo, podemos intervir de forma mais eficaz, antes que o sofrimento se torne irreversível.”

O papel da família e da rede de apoio

Além das tecnologias, a atenção familiar é essencial. Segundo Doutor Jefferson Morel, sinais como mudanças bruscas de comportamento, isolamento social, falas recorrentes sobre morte ou inutilidade, alterações no sono e no apetite, queda no rendimento escolar ou profissional e perda de interesse por atividades antes prazerosas não devem ser ignorados.

“A observação cuidadosa da família e da rede de apoio é fundamental para detectar precocemente sinais de alerta e prevenir desfechos trágicos”, reforça o especialista.

Investimento em políticas públicas de saúde mental

Diante do crescimento acelerado dos casos, Mato Grosso do Sul precisa investir em estratégias inovadoras como a neurometria, fortalecendo políticas públicas que ofereçam prevenção efetiva e apoio psicológico para jovens e adultos, garantindo que sinais precoces de sofrimento psíquico sejam tratados antes que se agravem.

A implementação de tecnologias como a neurometria, aliada à atenção familiar e políticas públicas robustas, pode representar um divisor de águas na prevenção de suicídios e na promoção da saúde mental em Mato Grosso do Sul.

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