
Medida busca corrigir desigualdade de gênero no Concurso Nacional Unificado e ampliar a inclusão feminina no serviço público
Por Karol Peralta
O governo federal anunciou, nesta segunda-feira (30), uma importante mudança na segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU 2025): a garantia de que mulheres ocuparão, no mínimo, 50% das vagas na segunda fase do certame, tanto nas modalidades de ampla concorrência quanto nas de cotas.
A decisão foi anunciada pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e tem como objetivo corrigir uma distorção de gênero observada no CNU de 2024. Apesar de as mulheres representarem 56,2% do total de inscritos, elas foram minoria entre os classificados para a segunda fase em sete dos oito blocos temáticos do concurso.
Desigualdade nos resultados do concurso anterior
Os dados da edição anterior revelam uma queda expressiva na participação feminina à medida que o processo seletivo avançava. No dia da prova objetiva, apenas 54,6% dos presentes eram mulheres. Ao final da primeira fase, apenas 39,3% delas seguiram no processo.
A maior desigualdade foi registrada no bloco E (tecnologia, dados e informação), em que as mulheres representaram apenas 8,4% dos aprovados. No bloco 6 (setores econômicos e regulação), o índice foi de 25,7%. Apenas no bloco 5 (educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos), as mulheres foram maioria entre os aprovados, com 60,3% das vagas.
Política afirmativa e inclusão
Segundo a ministra Esther Dweck, a medida não configura uma reserva de vagas, mas sim uma política afirmativa para garantir que mais mulheres avancem no processo seletivo.
“É uma forma de promover a inclusão e a igualdade de oportunidades, especialmente considerando que as mulheres, em muitos casos, acumulam responsabilidades familiares que dificultam sua preparação para os concursos”, afirmou a ministra. Ela destacou ainda que a maioria das mulheres aprovadas no concurso anterior estava na faixa etária entre 35 e 45 anos, o que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à equidade.
Suporte em etapas posteriores
Outra ação anunciada é o apoio específico às mulheres durante os cursos de formação realizados após a aprovação. O governo irá exigir a presença de salas de amamentação e espaços para crianças nos locais de formação, garantindo estrutura adequada para mães que estejam iniciando carreira no serviço público.
Compromisso com a equidade de gênero
A medida reforça o compromisso do governo federal com a promoção da equidade de gênero e com a construção de um serviço público mais representativo e inclusivo. Além de promover justiça social, a política também amplia a diversidade nos quadros da administração pública, enriquecendo os processos de tomada de decisão com diferentes perspectivas e experiências.
Com essa decisão, o CNU 2025 se consolida não apenas como um instrumento de seleção eficiente, mas também como uma ferramenta de transformação social, promovendo inclusão, diversidade e igualdade de oportunidades no acesso às carreiras públicas federais.