Aposentada de 59 anos foi atacada ao proteger inquilina de 24 anos das ameaças do companheiro no Jardim Centro-Oeste

Por Karol Peralta
Uma aposentada de 59 anos ficou ferida após tentar evitar um possível feminicídio na manhã deste domingo (7), na Rua Jardim Bonito, no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande. A vítima, identificada como Creusa da Silva Lima, relatou que foi atacada por volta das 6h, após uma noite marcada por brigas entre o casal.
Segundo Creusa, o agressor chegou cedo ao local fazendo ameaças contra a companheira.
“Ele veio aqui para tentar matá-la, e eu falei que aqui dentro do meu quintal ele não entrava. Ele deu a volta, jogou um monte de pedras em cima da casa e foi embora dizendo que voltava em meia hora. Ele falou: ‘Eu vou te matar e matar todo mundo que está aí dentro’”, contou.
Horas depois, o homem retornou, pulou o muro e avançou contra a esposa com insultos.
“Ele falou: ‘vou matar essa prostituta, vagabunda, sem vergonha’. Eu parei na porta e ele puxou a faca. Foi quando me acertou e disse que, se eu chamasse a polícia, ia ser pior”, relatou a aposentada.
A mulher sofreu um golpe no ombro, outro de raspão na boca — que quebrou dois dentes da prótese — e ainda foi ferida no braço ao tentar se defender.
“Na hora, eu achei que ia morrer”, afirmou.
A jovem de 24 anos, alvo das ameaças, disse que os episódios de agressão eram constantes desde o início do relacionamento, há cerca de um ano. Ela afirmou que o agressor tentou obrigá-la a ir embora para a casa da mãe dele, mesmo contra sua vontade.
“Meus filhos viram tudo. Tive que ir com ele, senão ele ia matar a gente”, disse.
A Polícia Militar informou que o suspeito é usuário de drogas e estava alterado desde a noite anterior. Após ferir Creusa, ele puxou a companheira pelos cabelos e a levou à força para a casa da mãe. Quando os policiais chegaram, o imóvel estava fechado. A equipe arrombou a porta e encontrou o homem deitado na cama.
Ele foi preso em flagrante e encaminhado à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). As duas vítimas também foram levadas à delegacia para prestar esclarecimentos.
Creusa teme que, caso o agressor seja solto, a violência continue.
“Eu acho que não vai adiantar nada, porque se ele for solto ainda vai voltar a fazer graça aqui”, disse.





