Papa Francisco é sepultado em Roma com cerimônia simples; Igreja Católica se prepara para o Conclave que escolherá seu sucessor.

Por Karol Peralta
O mundo se despede neste sábado (26) de um dos papas mais marcantes da história recente da Igreja Católica. Papa Francisco faleceu aos 88 anos e foi sepultado em uma cerimônia privada na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, seguindo o desejo expresso em seu testamento: um túmulo simples, cavado diretamente no solo, sem ornamentações, apenas com a inscrição “Franciscus”.
A última vez que um papa foi enterrado fora do Vaticano foi em 1903, com o sepultamento de Leão XIII, o que torna o momento ainda mais histórico para os católicos de todo o mundo.
A cerimônia de sepultamento
Em uma cerimônia reservada, celebrada por cardeais e líderes da Igreja, o sepultamento de Francisco refletiu sua trajetória marcada pela humildade, pela defesa dos mais pobres e pela busca incansável pela paz mundial.
Em seu testamento, datado de 29 de julho de 2022, o pontífice reafirmou sua total confiança em Santa Maria, motivo pelo qual escolheu a Basílica de Santa Maria Maggiore para seu descanso final. Durante toda sua vida sacerdotal e episcopal, Francisco cultivou uma forte devoção mariana, tornando essa escolha profundamente simbólica.
A visitação pública ao túmulo foi aberta neste domingo (27), e milhares de fiéis já começaram a prestar suas homenagens ao líder que conquistou corações com sua simplicidade e coragem diante dos desafios da Igreja moderna.
O legado de Francisco
Eleito em 2013, o papa Francisco, o primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta a liderar a Igreja — deixa um legado de renovação e esperança. Francisco destacou-se por seu posicionamento firme em defesa do meio ambiente, das minorias sociais, dos refugiados e pela busca de diálogo inter-religioso.
Sua ênfase em uma Igreja “em saída”, próxima dos pobres e dos que sofrem, transformou a forma como o papado é visto globalmente. Além disso, Francisco promoveu reformas internas significativas, como a modernização das finanças do Vaticano e a ampliação da participação das mulheres em cargos de liderança dentro da Igreja.
Suas encíclicas, como Laudato Si’ e Fratelli Tutti, continuam a inspirar debates sobre justiça social, solidariedade e preservação da criação.
O Conclave: o futuro da Igreja
Com a morte do papa Francisco, inicia-se agora o período de Sede Vacante, quando a Sé Apostólica fica sem um líder. Para eleger o novo papa, será convocado o Conclave, uma reunião de cardeais com menos de 80 anos de idade.
Nos próximos dias, os cardeais deverão chegar a Roma para participar das missas preparatórias e, posteriormente, se reunirão em conclave na Capela Sistina. Durante o processo, orações e votações secretas definirão quem será o novo líder da Igreja Católica.
O mundo católico aguarda com expectativa o perfil do novo pontífice. Espera-se que ele dê continuidade às reformas de Francisco, ao mesmo tempo em que responda aos desafios contemporâneos da fé em um mundo cada vez mais secularizado.
Um momento de fé e unidade
A despedida de Francisco e a escolha de seu sucessor marcam um capítulo de profunda importância na história da Igreja. Mais do que a perda de um líder, é a continuidade de uma missão que, há dois mil anos, segue renovando a fé de bilhões de pessoas no mundo inteiro.
Enquanto o túmulo simples na Basílica de Santa Maria Maggiore recebe fiéis de todas as partes, a mensagem deixada por Francisco ecoa: a simplicidade, a compaixão e a esperança são os verdadeiros pilares da fé.
