Cantora e filha de Gilberto Gil lutava contra um câncer no intestino desde 2023 e estava em tratamento em Nova Iorque

Por Karol Peralta
A cantora e empresária Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, após enfrentar uma batalha contra um câncer no intestino. Ela estava em tratamento nos Estados Unidos desde maio deste ano, em busca de avanços terapêuticos para lidar com a doença.
A notícia foi confirmada pela família, por meio de uma nota divulgada nas redes sociais. O comunicado, assinado por familiares e publicado no perfil de seu pai, o cantor Gilberto Gil, lamenta a perda e informa que estão sendo tomados os procedimentos para a repatriação do corpo ao Brasil.
“É com tristeza que informamos o falecimento de Preta Maria Gadelha Gil Moreira, em Nova Iorque, onde estamos neste momento cuidando dos procedimentos para sua repatriação ao Brasil. Pedimos a compreensão de tantos queridos amigos, fãs e profissionais da imprensa enquanto atravessamos esse momento difícil em família. Assim que possível, divulgaremos informações sobre as despedidas”, diz a nota.
Preta Gil descobriu o adenocarcinoma no intestino em janeiro de 2023, após sentir desconfortos abdominais e ser internada na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. O diagnóstico levou à suspensão de sua agenda artística, incluindo o tradicional Bloco da Preta, que costuma agitar o Carnaval carioca.
“Tenho um adenocarcinoma na porção final do intestino”, disse ela à época, ao anunciar publicamente a doença.
Trajetória artística e legado
Filha de Gilberto Gil com Sandra Gadelha, Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu em 8 de agosto de 1974. Estaria prestes a completar 51 anos. Mãe de Francisco Gil, ela conquistou espaço na música brasileira com uma carreira marcada por autenticidade, irreverência e representatividade.
Seu primeiro álbum, Prêt-à-Porter, lançado em 2003, foi marcante. A capa, que a mostrava nua com fitas do Senhor do Bonfim cobrindo partes do corpo, causou polêmica, mas também projetou sua imagem para o grande público. Ao longo da carreira, lançou mais três discos e participou de diversos shows, eventos culturais e blocos carnavalescos, se consolidando como uma voz ativa em defesa da diversidade e das mulheres.
Dona de um carisma inconfundível, riso fácil e opiniões firmes, Preta Gil também se destacou como empresária e presença frequente em debates sobre autoestima, inclusão e liberdade de expressão.
Comoção e homenagens
Diversas personalidades se manifestaram após a confirmação da morte da artista. Entre eles, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prestou homenagem em seu perfil oficial nas redes sociais.
“Preta era uma pessoa extremamente querida e admirada pelo público e pelas pessoas que tiveram a felicidade de conviver com ela. Os palcos e os carnavais que ela tanto animou sentirão sua falta”, escreveu Lula.
O presidente também afirmou ter ligado pessoalmente para Gilberto Gil, seu ex-ministro da Cultura entre 2003 e 2008, para prestar condolências à família.
A data e o local do velório e sepultamento ainda não foram informados. A expectativa é que familiares divulguem detalhes assim que os trâmites de repatriação forem concluídos.
O Brasil se despede de uma artista múltipla, que deixou marca na música, na cultura e na luta por causas sociais. Preta Gil parte deixando saudade, música e memória viva.