Após aprovação da Anvisa, Ministério da Saúde encaminhará pedido à Conitec para incorporar vacina contra Chikungunya ao SUS e reforçar combate à doença no Brasil

Por Karol Peralta
A luta contra a Chikungunya no Brasil pode ganhar um importante reforço: a incorporação da vacina contra o vírus no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde anunciou que, após a aprovação do registro da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), irá solicitar à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) a análise para viabilizar a oferta do imunizante na rede pública.
A vacina foi desenvolvida pelo laboratório Valneva, com parceria estratégica no Brasil com o Instituto Butantan, e representa um avanço significativo no enfrentamento das arboviroses — grupo de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue e o Zika.
“A aprovação da vacina é uma ótima notícia para a saúde pública. Quando falamos de imunização, falamos de salvar vidas. Garantir essa proteção à população por meio do SUS é prioridade para o governo”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
🦟 O desafio da Chikungunya no Brasil
A Chikungunya é uma doença causada por vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue e da Zika. Os sintomas incluem febre alta, dores intensas nas articulações e, em casos mais graves, dor crônica. Introduzida no Brasil em 2014, a doença já se espalhou por todos os estados.
Até o dia 14 de abril deste ano, o Brasil já havia registrado 68,1 mil casos de Chikungunya, com 56 mortes confirmadas, evidenciando a necessidade urgente de estratégias eficazes de controle.
💉 Tecnologia inovadora e eficaz
A vacina aprovada pela Anvisa é do tipo recombinante atenuada, de dose única, e é indicada para adultos a partir dos 18 anos em regiões de risco. Está contraindicada para gestantes e pessoas com o sistema imunológico comprometido.
De acordo com os dados clínicos apresentados, o imunizante apresentou resposta robusta de anticorpos neutralizantes, além de segurança e boa tolerabilidade. O registro da vacina foi concedido após avaliação rigorosa de documentação sobre produção, qualidade e estudos clínicos.
Para a aprovação, a Anvisa e o Instituto Butantan firmaram um Termo de Compromisso que prevê a realização de estudos adicionais sobre efetividade e segurança da vacina no contexto brasileiro.
🌍 Reconhecimento internacional e produção nacional
Antes de ser aprovada no Brasil, a vacina da Valneva já havia obtido aval de importantes agências regulatórias internacionais, como a FDA (EUA) e a EMA (Europa). A produção inicial será feita na Alemanha, pela empresa IDT Biologika GmbH, com previsão de transferência de tecnologia para fabricação futura pelo Instituto Butantan.
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, “o crescimento dos casos de Chikungunya no país nos últimos anos torna urgente a adoção de medidas preventivas eficazes. Uma vacina segura e eficaz traz esperança à sociedade”.
🛡️ Mais proteção via SUS
Com a aprovação do registro pela Anvisa, o próximo passo é a avaliação da Conitec, que decide sobre a incorporação de novas vacinas e tecnologias no SUS. Caso seja aprovada, a vacina será incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI), reforçando a capacidade do Brasil de enfrentar epidemias.
A inclusão da vacina representa um marco para a saúde pública nacional, possibilitando maior proteção para a população e contribuindo para o controle das arboviroses em todo o território brasileiro.