Parcerias entre Butantan Farma e setor privado reforçam a produção nacional de antirretrovirais, medicamentos oncológicos e tratamentos para doenças raras, fortalecendo o Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

Por Karol Peralta
O Ministério da Saúde aprovou cinco novas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP) envolvendo a recém-criada Butantan Farma e empresas privadas para ampliar a fabricação de medicamentos essenciais destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa reforça a produção nacional de remédios para doenças raras, câncer e HIV, além de representar parte de um pacote de investimentos de R$ 15 bilhões no setor industrial da saúde.
O Ministério da Saúde aprovou cinco novas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre a Butantan Farma, nova denominação da Fundação para o Remédio Popular (Furp) e empresas privadas. As parcerias permitirão expandir a produção nacional de antirretrovirais, medicamentos oncológicos e tratamentos para doenças raras, todos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A Butantan Farma passou a existir oficialmente após aprovação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em 11 de novembro, permitindo a incorporação da Furp pelo Instituto Butantan. A mudança integra a estratégia do governo de fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde por meio do aumento da autonomia produtiva e tecnológica.
O anúncio das novas PDPs ocorreu durante reunião plenária do grupo que coordena o CEIS, realizada nesta segunda-feira (24), com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e representantes do Instituto Butantan, Fundação Butantan e Furp.
As parcerias foram firmadas com as empresas Cristália, Prati & Donaduzzi, Biocon Pharma, Nortec, Blanver e Cyg Biotech. O objetivo é acelerar o desenvolvimento e a produção de medicamentos considerados estratégicos, incluindo tratamentos para fibrose cística, amiloidose, leucemias, carcinoma de células renais e o antirretroviral Dolutegravir + Lamivudina para pacientes vivendo com HIV.
Além das novas PDPs da Butantan Farma, o Ministério da Saúde anunciou um pacote de investimento de R$ 15 bilhões no setor industrial da saúde, totalizando 31 novos projetos voltados à ampliação da oferta de medicamentos e vacinas produzidos no país. A seleção de novas propostas de PDP não acontecia desde 2017 e foi retomada pelo atual governo após receber 147 projetos no chamamento público.
Medicamentos contemplados nas novas PDPs
- Ivacaftor 150 mg – indicado para fibrose cística; parceria com a Cristália; produção após junho de 2026, com fim da proteção patentária.
- Tafamidis Meglumina 20 mg – tratamento para amiloidose; parceria com a Prati & Donaduzzi; já sem patente.
- Dasatinibe 20 mg e 100 mg – utilizado em Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e Leucemia Mieloide Crônica (LMC); parceria com Biocon Pharma e Nortec.
- Pazopanibe 200 mg e 400 mg – para carcinoma de células renais; parceria com Blanver e Cyg Biotech.
- Dolutegravir 50 mg + Lamivudina 300 mg – antirretroviral para HIV; parceria com Blanver e Cyg Biotech; produção após abril de 2026, com fim da patente.
Segundo o Ministério da Saúde, as novas parcerias fortalecem a capacidade do país de produzir insumos estratégicos e reduzem a dependência de importações, garantindo maior estabilidade no abastecimento do SUS.





