Boletim Focus aponta queda do IPCA 2025 para 4,81%, acima do teto da meta; PIB deve crescer 2,16% e dólar fecha em R$ 5,48

Por Karol Peralta
O mercado financeiro revisou para baixo a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, passando de 4,83% para 4,81% em 2025, segundo o boletim Focus desta segunda-feira (29), divulgado pelo Banco Central (BC).
Para 2026, a projeção também caiu levemente, de 4,29% para 4,28%, enquanto as estimativas para 2027 e 2028 são de 3,9% e 3,7%, respectivamente. Apesar da queda, a previsão deste ano permanece acima do teto da meta de inflação, que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (limite superior de 4,5%).
Em agosto, a inflação oficial ficou negativa, com deflação de 0,11%, puxada pela redução na conta de energia elétrica. O IPCA acumulado em 12 meses chegou a 5,13%, conforme dados do IBGE.
Juros básicos
Para atingir a meta da inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano, mantida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo a ata divulgada, a intenção é manter a taxa por período prolongado para garantir a meta inflacionária.
As estimativas apontam que a Selic encerrará 2025 nos 15%, cairá para 12,25% em 2026 e será reduzida novamente para 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
O aumento da Selic tem como objetivo conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e incentivando a poupança. No entanto, taxas mais altas também podem frear a expansão econômica. Quando a Selic é reduzida, o crédito fica mais barato, estimulando produção e consumo, mas reduzindo o controle sobre a inflação.
PIB e câmbio
O boletim Focus também manteve a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,16% em 2025, com projeções de 1,8% para 2026 e crescimento gradual para 1,9% e 2% em 2027 e 2028, respectivamente.
No segundo trimestre de 2025, a economia brasileira cresceu 0,4%, impulsionada pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, representando o quarto ano consecutivo de crescimento e a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.
A previsão para o dólar indica fechamento do ano em R$ 5,48 e estimativa de R$ 5,58 em 2026.





