Ex-presidente russo afirma que potências europeias “não podem se dar ao luxo” de iniciar conflito contra Moscou e reforça risco de escalada militar com armas nucleares

Por Karol Peralta
O ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, declarou nesta segunda-feira (29) que a Europa não poderia se dar ao luxo de iniciar uma guerra contra Moscou. Segundo ele, qualquer tentativa de confronto militar por parte das potências europeias teria sérias consequências, incluindo o risco de escalada para o uso de armas de destruição em massa.
A declaração foi feita por meio de uma publicação no aplicativo de mensagens Telegram, plataforma frequentemente utilizada por autoridades russas para emitir comunicados oficiais e comentários sobre a conjuntura internacional.
“Eles simplesmente não podem se dar ao luxo de uma guerra com a Rússia”, afirmou Medvedev, referindo-se aos países europeus. O ex-presidente reforçou que Moscou não tem interesse em iniciar um conflito com o continente, mas alertou que a “possibilidade de um acidente fatal sempre existe”.
Para Medvedev, qualquer guerra desencadeada pela Europa carregaria um risco “absolutamente real” de se transformar em um embate envolvendo armas de destruição em massa, o que elevaria de forma dramática a ameaça à segurança global.
Contexto internacional
As declarações de Medvedev se somam a uma série de comunicados de Moscou que, nos últimos meses, têm buscado responder às pressões ocidentais em meio à guerra na Ucrânia e às tensões crescentes entre a Rússia e países da União Europeia.
O discurso também reflete a postura mais dura do governo russo em relação ao fortalecimento militar europeu e à proximidade entre os países da OTAN. Para analistas internacionais, falas como a de Medvedev funcionam como uma estratégia de dissuasão, ao destacar o alto custo e os riscos de uma possível escalada militar contra a Rússia.
Possíveis repercussões
O alerta de Medvedev deve repercutir fortemente nas capitais europeias, que vivem dilemas em relação ao envio de armas, recursos e apoio político à Ucrânia diante do prolongamento do conflito iniciado em 2022.
A menção direta ao risco de uso de armas de destruição em massa reacende preocupações sobre a estabilidade da segurança internacional e coloca em evidência os limites da capacidade europeia de enfrentar uma eventual guerra direta contra Moscou.





