Durante agenda no Pará, o presidente afirmou que o mundo precisa olhar para a Amazônia além da preservação ambiental, defendendo sustentação econômica e social para as famílias que vivem na floresta.

Por Karol Peralta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou neste domingo (2) a comunidade do Jamaraquá, na Floresta Nacional do Tapajós, no oeste do Pará, onde vivem mais de mil famílias de extrativistas e ribeirinhos. A visita faz parte das agendas preparatórias para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá entre 10 e 21 de novembro, em Belém.
Amazônia no centro das atenções globais
Durante o encontro com os moradores, Lula ressaltou que a COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil mostrar ao mundo o papel vital da Amazônia e de seus povos. Ele destacou que a floresta só pode permanecer de pé se houver investimentos em educação, saúde e geração de renda para as comunidades locais.
“Essa COP30 é um momento único na história do Brasil, porque é um momento em que a gente está obrigando o mundo a olhar a Amazônia com os olhos que deve olhar”, afirmou o presidente.
“Não é só pedir para a gente manter a floresta em pé, é preciso garantir sustentação econômica e dignidade para quem cuida dela.”
Compromisso com o desenvolvimento sustentável
A Floresta Nacional do Tapajós (Flona) abriga cerca de 1,2 mil famílias distribuídas em uma área de mais de 500 mil hectares preservados. A região é um exemplo de sociobiodiversidade, onde as populações conciliam atividades extrativistas, artesanato, turismo de base comunitária e produção de biojóias com a preservação ambiental.
Localizada próxima a Alter do Chão, a comunidade de Jamaraquá se destaca por trilhas ecológicas e pelo envolvimento direto dos ribeirinhos na gestão sustentável do território.
Marina Silva: “Aqui é exemplo de bioeconomia”
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, acompanhou a visita e reforçou que o modo de vida das comunidades tradicionais é essencial para a proteção da floresta.
“Aqui é exemplo de bioeconomia, de sociobiodiversidade e de como se mantém a floresta em pé gerando condições de vida e dignidade para as pessoas”, afirmou a ministra.
Ela ressaltou que os ribeirinhos respeitam o ciclo da floresta, mantendo a mata preservada por gerações. Segundo Marina, é esse equilíbrio entre o uso dos recursos naturais e a preservação que deve inspirar as políticas públicas de sustentabilidade.
Preparativos para a Cúpula do Clima
Antes da COP30, Lula vai presidir a Cúpula do Clima, marcada para os dias 6 e 7 de novembro, também em Belém, que reunirá dezenas de chefes de Estado. O presidente permanecerá no Pará ao longo da semana, reforçando o protagonismo da região nas discussões sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.
Com a floresta no centro das atenções mundiais, o governo pretende destacar exemplos de bioeconomia amazônica e o papel das comunidades tradicionais na conservação do bioma.
A importância simbólica da Flona do Tapajós
Criada em 1974, a Floresta Nacional do Tapajós é uma das áreas mais emblemáticas da conservação ambiental no Brasil. Além da riqueza natural, abriga famílias que vivem da extração de produtos florestais não madeireiros, como óleos vegetais e sementes, e que preservam saberes ancestrais sobre o uso sustentável da natureza.
A presença de Lula e Marina Silva reforça o compromisso do governo em conciliar preservação e desenvolvimento, colocando o Pará e a Amazônia como protagonistas do debate climático global.





