Presidente afirma que escolheu realizar a conferência na Amazônia como um desafio estratégico para mostrar ao mundo o compromisso brasileiro com a sustentabilidade, a diversidade e o diálogo climático.

Por Karol Peralta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta terça-feira (4) sua confiança de que a COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025, será “a melhor de todas as COPs”. Durante conversa com jornalistas estrangeiros, Lula explicou que a decisão de sediar o evento na Amazônia foi estratégica, mesmo diante dos desafios de infraestrutura, para que o mundo conheça de perto a região e o compromisso do Brasil com o combate às mudanças climáticas.
Durante encontro com jornalistas estrangeiros nesta terça-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a escolha de Belém, no Pará, como sede da COP30, conferência da ONU sobre o clima marcada para novembro de 2025. Segundo ele, desde o início do governo havia consciência dos desafios de realizar o evento na capital paraense, mas a decisão foi guiada pela convicção de que os ganhos ambientais, sociais e simbólicos seriam maiores do que os riscos.
“Quando decidimos trazer a COP para o estado do Pará, sabíamos das condições da cidade e do estado. Mas queríamos desafios. Queríamos que o mundo viesse conhecer a Amazônia, ver de perto o que estamos fazendo para preservá-la”, afirmou Lula.
Nos últimos dias, o presidente acompanhou o avanço das obras em Belém e fez visitas a comunidades tradicionais, aldeias e áreas de conservação, reforçando o tom otimista. “Tenho certeza de que vamos fazer a melhor COP de todas. Já fizemos o melhor G20, o melhor BRICS e agora faremos a melhor COP”, declarou.
Entre os motivos de seu otimismo, Lula destacou quatro pontos: o local preparado, a estrutura de segurança adequada, o acolhimento do povo paraense e a culinária amazônica, que, segundo ele, encantará os visitantes estrangeiros.
“O povo de Belém é extraordinariamente alegre, e qualquer convidado estrangeiro vai se sentir em casa aqui. Temos uma culinária invejável e uma cultura acolhedora que vai marcar essa conferência”, afirmou.
Brasil como vitrine ambiental
Lula disse que o Brasil chega à COP30 como referência internacional no diálogo climático, com avanços concretos no combate ao desmatamento e na transição energética.
“O desmatamento já caiu 50% na Amazônia e 45% em outros biomas. O Brasil é levado a sério nas COPs porque temos tradição de participação social e políticas ambientais consistentes”, destacou.
O presidente lembrou ainda que o país possui seis biomas essenciais — Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa — e pretende apresentar na COP30 um panorama de políticas públicas que envolvem todos eles.
Transição energética e energias renováveis
Ao comentar sobre os avanços brasileiros na área energética, Lula enfatizou que o Brasil é líder mundial na transição energética, com 87% da matriz elétrica proveniente de fontes renováveis. “Poucos países têm um desempenho como o nosso. Somos líderes em biocombustíveis, etanol, energia eólica, solar e estamos avançando no hidrogênio verde”, afirmou.
Petróleo e responsabilidade ambiental
Questionado sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, Lula defendeu uma postura de responsabilidade e equilíbrio. “Se houver petróleo, vamos agir com o maior cuidado possível. Não podemos abrir mão do petróleo neste momento, mas faremos tudo com responsabilidade ambiental e social”, ressaltou.
Lula finalizou dizendo que o Brasil está preparado para receber líderes mundiais com “orgulho, diversidade e compromisso”. “O mundo vai ver o que o Brasil tem de melhor — sua natureza, seu povo e sua capacidade de construir soluções para o futuro do planeta.”





