Durante o Fórum Mundial da Alimentação 2025, em Roma, presidente brasileiro celebra avanço diplomático, reforça o papel do diálogo e critica a desigualdade global.

Por Karol Peralta
Após participar da abertura do Fórum Mundial da Alimentação 2025, em Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (13) que vê com otimismo o avanço do acordo de paz entre Israel e Palestina e defendeu a necessidade de soluções políticas para encerrar os principais conflitos internacionais. O líder brasileiro também abordou o combate à desigualdade, relatando encontro com o Papa e destacando a importância de incluir os pobres nas decisões econômicas.
O presidente Lula declarou estar “feliz” com os novos desdobramentos na relação entre Israel e Palestina, após a confirmação do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. Segundo ele, o momento representa “uma oportunidade histórica para devolver às pessoas o direito de viver sem medo”.
“Parece que se encontrou uma saída para o conflito entre Israel e Palestina. Não se devolve a vida dos milhões que morreram, mas se devolve o direito de dormir tranquilo, sem medo de uma bomba”, afirmou o presidente durante coletiva de imprensa na capital italiana.
A declaração ocorre logo após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar que “a guerra acabou”, ao embarcar para Israel com o objetivo de acompanhar a libertação de reféns de Gaza, sob o novo acordo de cessar-fogo entre o Estado israelense e o Hamas.
Lula ressaltou o apoio do Brasil a todas as iniciativas de paz, destacando que o diálogo deve ser ampliado também a outros cenários de conflito, como o da guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Se o mundo conseguiu avançar na questão de Israel, está na hora de também pensar em resolver a guerra entre Ucrânia e Rússia. É plenamente possível”, disse o presidente.
Combate à desigualdade e encontro com o Papa
Durante a visita à Itália, Lula se reuniu com o Papa Leão XIV, no Vaticano, para discutir justiça social e combate à pobreza. O presidente afirmou ter encontrado grande afinidade de ideias com o pontífice e elogiou a Exortação Apostólica Dilexi Te, que trata da urgência em combater a desigualdade global.
“A conversa com o Papa foi muito boa. Parecia que eu já o conhecia há 30 anos. O documento dele é atual e fará bem a todos os católicos do mundo inteiro”, destacou.
O brasileiro também convidou o Papa para participar da COP30, em Belém (PA), no fim de 2025. Embora o pontífice tenha alegado compromissos prévios, manifestou o desejo de visitar o Brasil futuramente.
Erradicação da fome: um desafio político
Ao tratar das pautas do Fórum Mundial da Alimentação, Lula reforçou que o combate à fome no mundo depende de vontade política. Segundo ele, “a fome não é um problema econômico, mas político”.
“Se houver interesse político, é possível garantir o café da manhã, o almoço e a janta para o povo pobre. Os governos precisam incluir os mais vulneráveis no orçamento nacional”, defendeu.
O presidente enfatizou que os pobres não podem ser tratados como invisíveis, e que políticas públicas eficazes exigem olhar humano e prioridade social nos investimentos estatais.





