Deputado federal do PSOL-SP substituirá Márcio Macêdo no cargo; nomeação será publicada no Diário Oficial da União e marca aproximação do governo com movimentos sociais
Por Karol Peralta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para assumir o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, em substituição a Márcio Macêdo, que ocupava o posto desde o início do governo, em janeiro de 2023. O anúncio foi confirmado nesta segunda-feira (20) e será oficializado na próxima edição do Diário Oficial da União (DOU).
O Palácio do Planalto anunciou nesta segunda-feira (20) que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) será o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, em substituição a Márcio Macêdo. A nomeação será formalizada no Diário Oficial da União nos próximos dias.
A Secretaria-Geral da Presidência é o órgão responsável por articular o diálogo entre o governo federal, movimentos sociais e organizações da sociedade civil, além de coordenar ações de participação popular e cidadania.
A decisão foi tomada durante uma reunião entre Lula e Boulos, da qual participaram também Márcio Macêdo, a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), o ministro Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social). O encontro consolidou uma aproximação política entre o Palácio do Planalto e setores progressistas ligados à base social da esquerda.
Perfil e trajetória
Guilherme Castro Boulos, 43 anos, nasceu em São Paulo, na região de Pinheiros. Filho dos médicos e professores universitários Maria Ivete e Marcos Boulos, iniciou a militância política ainda na adolescência. Aos 15 anos, no Ensino Médio, liderou o grêmio estudantil da Escola Estadual Fernão Dias Paes, onde participou de protestos e de projetos de alfabetização em comunidades da capital.
Formado em Filosofia pela USP, Boulos é especialista em Psicologia Clínica pela PUC-SP e mestre em Psiquiatria pela USP. Além da atuação política, foi professor da rede pública e autor de livros como “Por que ocupamos?”, “De que lado você está?” e “Sem medo do futuro”.
Aos 19 anos, passou a integrar o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), onde se tornou uma das principais lideranças nacionais na luta por moradia digna e reforma urbana. Foi nesse período que conheceu sua companheira, Natália Szermeta, com quem tem duas filhas, Sofia e Laura.
Da militância à política institucional
Filiado ao PSOL, Boulos ganhou projeção nacional ao disputar a Presidência da República em 2018, aos 35 anos. Depois, concorreu à Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024, consolidando-se como uma das principais figuras da esquerda brasileira.
Nas eleições de 2022, foi eleito deputado federal por São Paulo com mais de 1 milhão de votos, tornando-se o mais votado do estado e o segundo mais votado do país.
No novo cargo, Boulos deverá ampliar o diálogo entre o governo e movimentos sociais, tarefa considerada estratégica para o reequilíbrio político do Palácio do Planalto e para a agenda de participação popular.
