Previsão do Boletim Focus aponta queda na inflação e crescimento do PIB, enquanto Selic deve seguir em alta até o fim do ano

Por Karol Peralta
📉 O mercado financeiro reduziu mais uma vez a previsão para a inflação em 2025. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (22) pelo Banco Central, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,65% para 5,57%. Em paralelo, a projeção para o crescimento da economia brasileira subiu de 1,98% para 2% neste ano.
📈 Para os anos seguintes, a expectativa é de estabilidade: 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,8% em 2028. Ainda assim, a previsão para 2025 supera o teto da meta de inflação, que é de 4,5%, dentro da faixa de tolerância estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
🍽️ Em março, o IPCA fechou em 0,56%, puxado pelos preços dos alimentos. Apesar da pressão inflacionária, o índice perdeu força em relação a fevereiro, quando registrou alta de 1,31%. No acumulado de 12 meses, a inflação está em 5,48%.
📊 Juros em alta para conter inflação
A taxa básica de juros, a Selic, atualmente está em 14,25% ao ano, e a previsão é que ela atinja 15% até dezembro. O aumento tem como objetivo principal conter o avanço da inflação. Com juros mais altos, o crédito fica mais caro e o consumo desacelera — estratégia usada pelo Banco Central para frear a economia aquecida.
O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que continuará aumentando a Selic, mas com menor intensidade nas próximas reuniões. A sinalização preocupa setores produtivos, já que o custo do crédito elevado pode dificultar investimentos e consumo, impactando negativamente o crescimento.
📈 PIB e dólar
A projeção do Produto Interno Bruto (PIB) também avançou. Agora, o mercado espera um crescimento de 2% para 2025. Para 2026, a previsão passou de 1,61% para 1,7%. Já para 2027 e 2028, a estimativa segue em 2% ao ano.
No câmbio, o dólar deve fechar 2025 em R$ 5,90, com leve alta projetada para 2026, chegando a R$ 5,96.
📌 O que esperar?
A combinação entre inflação em queda, PIB em alta e juros elevados reflete um cenário de cautela, mas com sinais de recuperação. O governo e o Banco Central seguem atentos à economia global e ao comportamento dos preços, especialmente de alimentos e energia.
A expectativa é que, com o controle da inflação, o Banco Central inicie um ciclo de queda da Selic nos próximos anos, estimulando ainda mais a atividade econômica.