Com deflação de 0,02% em outubro, alimentos e bebidas acumulam queda de 0,98% desde junho, segundo o IPCA-15, e ajudam a aliviar o orçamento das famílias brasileiras.

Por Karol Peralta
Os preços de alimentos e bebidas caíram 0,02% em outubro, registrando o quinto mês consecutivo de deflação no país. De junho a outubro, o grupo acumula uma redução de 0,98%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação oficial, medida pelo IPCA-15, desacelerou de 0,48% em setembro para 0,18% em outubro, indicando uma tendência de alívio no custo de vida das famílias.
De acordo com o IBGE, os alimentos e bebidas são responsáveis por 21,63% do índice geral e tiveram papel central na desaceleração da inflação. Essa sequência de quedas reflete a melhora da safra agrícola e a redução de pressões climáticas que vinham encarecendo produtos básicos desde 2024.
🍚 Alimentos em queda
Entre os produtos que mais contribuíram para a deflação de outubro estão a cebola (-7,65%), o ovo de galinha (-3,01%), o arroz (-1,37%) e o leite longa vida (-1%) — cada um com impacto de 0,01 ponto percentual no índice.
Outros itens da cesta básica também registraram recuos expressivos: pepino (-24,43%), abobrinha (-20,80%), morango (-15,63%) e peixe castanha (-12,68%). Embora representem pequena fatia no cálculo do IPCA-15, reforçam o movimento de queda generalizada.
No acumulado de 12 meses, os maiores recuos foram da batata-inglesa (-39%), feijão preto (-32%), cebola (-27%) e pepino (-27%). Por outro lado, alguns alimentos seguem pressionando os preços, como o café moído (53%), a abobrinha (43%) e o pimentão (36%).
📉 Desaceleração e impacto no bolso
A inflação acumulada dos alimentos em 12 meses é de 6,26%, acima da inflação geral do IPCA-15, que ficou em 4,94% no mesmo período. Ainda assim, o índice mostra tendência de desaceleração, sendo o menor desde setembro de 2024, quando estava em 5,22%.
Na alimentação dentro do domicílio, a queda foi de 0,10% em outubro, acumulando 5,47% em 12 meses, o menor patamar desde agosto de 2024.
Para o economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Felipe Queiroz, o cenário é positivo e indica estabilidade:
“Tendo em vista a importância da alimentação no orçamento das famílias, especialmente as de menor renda, o resultado de outubro é animador por conta da queda de produtos essenciais como arroz, leite, ovos e cebola”, afirma.
🌾 Safra recorde deve manter tendência de queda
Segundo Queiroz, a safra recorde de grãos deve contribuir para a continuidade da redução de preços nos próximos meses.
“Com o avanço da colheita, esperamos que os itens básicos da cesta dos consumidores continuem mais acessíveis, favorecendo o controle da inflação e o poder de compra da população”, avalia o economista.
A meta de inflação do governo para 2025 é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O resultado de outubro reforça a expectativa de convergência ao centro da meta, beneficiando o mercado interno e o consumo das famílias brasileiras.





