Brasileiro supera os três melhores do mundo e se torna o primeiro atleta das Américas a vencer a Copa do Mundo de Tênis de Mesa, em um feito inédito que emocionou o país.

Por Karol Peralta
Uma bandeira do Brasil tremulando acima das potências chinesas, o hino nacional ecoando em solo asiático e o nome de Hugo Calderano eternizado na história do esporte mundial. Neste domingo de Páscoa, o carioca de 28 anos protagonizou um dos maiores feitos do esporte brasileiro ao conquistar a Copa do Mundo de Tênis de Mesa, em Macau, na China.
Em uma campanha impecável, Calderano derrotou na grande final o número 1 do mundo, o chinês Lin Shidong, por 4 sets a 1 (6/11, 11/7, 11/9, 11/4 e 11/5), encerrando uma hegemonia asiática e europeia na competição. A última vez que um não chinês venceu o torneio foi em 2017. Hugo se tornou o primeiro atleta das Américas e o primeiro fora da Ásia e Europa a levantar o troféu.
“É surreal. Antes de o torneio começar, eu não imaginava vencer. Só de chegar à semifinal já estava feliz. Isso é muito louco, inscrevi meu nome na história do tênis de mesa mundial”, declarou, emocionado.
Uma campanha épica
O torneio reuniu 48 dos melhores jogadores do planeta, mas Calderano mostrou por que é considerado o maior nome do tênis de mesa brasileiro. Nas quartas de final, eliminou o japonês Tomokazu Harimoto, número 3 do ranking, por 4 a 1. Na semifinal, virou um jogo improvável contra o chinês Wang Chuqin, número 2 do mundo, após estar perdendo por 3 sets a 1.
A final coroou a semana perfeita do brasileiro, que já soma 25 títulos no circuito internacional, incluindo três medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos e uma semifinal olímpica inédita.
Reação nacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o atleta nas redes sociais:
“Muito feliz com o feito inédito do Hugo Calderano em Macau. Desempenho incrível do atleta top 5 do mundo que há quase 15 anos tem o apoio do Bolsa Atleta do Governo Federal. Parabéns.”
Superação pós-Olimpíadas
A conquista vem após um período difícil. Após a semifinal em Paris 2024 e a derrota pelo bronze, Hugo revelou ter passado por momentos de desânimo.
“Se você falasse comigo um mês atrás, eu estava muito para baixo. Esse título é importante especialmente depois de Paris. Eu sempre trabalhei duro e continuei acreditando em mim mesmo,” afirmou.
Rumo ao topo
Com o resultado, Calderano deve reassumir o terceiro lugar no ranking mundial e se consolida como um dos grandes nomes do esporte brasileiro. Ao seu lado no pódio estavam os chineses Lin Shidong, Wang Chuqin e Liang Jingkun, todos no topo do ranking mundial — reforçando ainda mais a dimensão da conquista.
O Brasil agora tem um novo capítulo em sua história esportiva, escrito com garra, talento e a raquete de Hugo Calderano.