Hospital Regional de MS reduz em 43% os custos da Nutrição Parenteral Total com inovação e gestão inteligente

Projeto de inovação em saúde no HRMS otimiza processos, reduz desperdícios e corta gastos com Nutrição Parenteral Total, garantindo mais segurança e eficiência ao paciente.

Por Karol Peralta

O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) alcançou uma redução de 43% nos custos do serviço de Nutrição Parenteral Total (NPT) após implementar um projeto de gestão clínica inteligente que reorganizou protocolos, digitalizou processos e fortaleceu a tomada de decisão baseada em dados.

O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) conseguiu reduzir em 43% os custos do serviço responsável por fornecer Nutrição Parenteral Total (NPT) — terapia essencial para pacientes internados que não conseguem se alimentar por via oral. A economia é resultado de um projeto que une inovação tecnológica, gestão de dados e governança clínica, reconhecido pelo XX Prêmio Sul-Mato-Grossense de Inovação na Gestão Pública.

Idealizado pela farmacêutica Kelly Pilon e pelo analista de sistemas Mário Masahide, o projeto surgiu da necessidade de conter os altos gastos com a NPT, que antes consumiam R$ 3,6 milhões por ano — cerca de 6% do orçamento do hospital. Com a mudança, o valor caiu para R$ 1,6 milhão.

Segundo Kelly, a transformação começou pela revisão do processo de prescrição. Pacientes que recebiam mais de uma bolsa por dia, ou não consumiam toda a nutrição, geravam desperdício e pressionavam o orçamento.

“Padronizamos o protocolo para que cada paciente receba uma única bolsa de NPT a cada 24 horas. Isso eliminou pedidos fracionados, reduziu perdas e trouxe mais segurança ao processo”, explica.

A informatização do fluxo também foi fundamental. Ao integrar a prescrição eletrônica inteligente ao sistema hospitalar, o HRMS passou a operar com validações automáticas e regras clínicas, reduzindo riscos de erros de dosagem e aumentando a precisão da terapia.

Outro avanço veio com o uso de Big Data, que permitiu aos gestores negociarem com fornecedores de forma mais transparente e estratégica. “Com dados reais de consumo, conseguimos uma redução média de 25% no valor de cada bolsa de NPT”, afirma Kelly.

Os resultados foram expressivos:

  • custo médio por prescrição caiu de R$ 1,1 mil para menos de R$ 600;
  • a relação entre prescrições e bolsas chegou ao índice ideal de 1:1 em seis meses;
  • o processo tornou-se mais ágil, seguro e produtivo para as equipes.

A diretora-presidente da Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul (Funsau), Marielle Alves Corrêa Esgalha, diz que a iniciativa prova que a inovação no SUS é possível.
“A economia obtida representa mais recursos para aprimorar o atendimento e fortalecer o SUS no Estado”, afirma.

O que é a Nutrição Parenteral Total (NPT)?

Segundo o National Institutes of Health (NIH), a NPT é um medicamento nutricional administrado por via intravenosa, indicado quando há comprometimento do trato gastrointestinal ou contraindicações à nutrição enteral. É utilizada quando essa passa a ser a única fonte de nutrição possível ao paciente.

A terapia é vital em casos graves e exige controle rigoroso, já que atua como substituta total da alimentação convencional.

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