Polícia Civil de MS prende autor de duplo feminicídio em Campo Grande; ele matou a mulher e a filha de 10 meses e ateou fogo nos corpos em matagal no Indubrasil
Por Karol Peralta
Um crime com requintes de crueldade chocou Campo Grande (MS) nesta segunda-feira (26). Vanessa Eugenio Medeiros, de 23 anos, e sua filha Sophie Eugênia Borges, de apenas 10 meses, foram assassinadas por João Augusto Borges, de 21 anos, companheiro de Vanessa e pai da menina.
O caso foi esclarecido pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que prendeu o autor em flagrante no momento em que ele tentava registrar um falso boletim de ocorrência de desaparecimento das vítimas.
Os corpos de Vanessa e Sophie foram encontrados carbonizados em um terreno baldio no bairro Indubrasil, na saída para Terenos. A perícia identificou fraturas nos pescoços de ambas, indicando que mãe e filha foram mortas por esganadura. Vanessa foi morta com um golpe conhecido como “mata-leão”, e a bebê foi assassinada enquanto brincava na cama.
De acordo com as investigações, João matou as duas no imóvel em que viviam, no bairro São Conrado, no início da tarde de segunda-feira. Em seguida, foi trabalhar normalmente, como se nada tivesse acontecido. Mais tarde, passou em um posto de combustíveis, comprou R$ 16 em gasolina e um galão plástico. Ao retornar para casa, embrulhou os corpos em cobertores, colocou-os no porta-malas do carro e os levou até o matagal, onde ateou fogo.
O mais estarrecedor, segundo os policiais da DHPP, foi o comportamento frio e calculista de João. Em depoimento, ele afirmou que agiu por não querer pagar pensão alimentícia à filha. “Eu cansei, sinceramente cansei do relacionamento e não queria pagar a pensão”, declarou, em vídeo gravado pelas autoridades.
Ao ser preso, o galão usado no crime ainda estava no carro, assim como vestígios de sangue no porta-malas. Em um relato macabro, João contou que, após incendiar os corpos, voltou para casa e dormiu tranquilo, sentindo-se “aliviado” por ter “resolvido seus problemas”.
Testemunhas ouvidas pela polícia relataram que ele já havia cogitado matar Vanessa e a filha havia cerca de dois meses, alegando que ela “não o deixava fazer nada” e que os custos da casa estavam altos demais.
A Delegacia de Homicídios classificou o crime como duplo feminicídio qualificado e destruição de cadáver, com possibilidade de pena de até 60 anos de reclusão somadas. O caso agora será encaminhado ao Ministério Público.
🚨 Violência que precisa ser interrompida
O crime de Vanessa e Sophie não é um caso isolado. O feminicídio é a ponta do iceberg da violência de gênero que assola o país. De acordo com dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MS, apenas em 2024, 38 mulheres foram assassinadas no estado, sendo 12 somente em Campo Grande. A maioria das mortes foi cometida por companheiros ou ex-companheiros.
Denunciar é o primeiro passo. Romper o ciclo da violência salva vidas.
📊 Infográfico: Feminicídio em Campo Grande – Caso e Dados Alarmantes
🔥 Cronologia do Crime Brutal
| Etapa | Ação do Autor |
|---|---|
| 🕓 16h (segunda) | Autor simula conversa sobre o relacionamento |
| 💀 Logo após | Mata a companheira com golpe “mata-leão” |
| 👶 Em seguida | Esgana a filha de 10 meses |
| 🧥 Mais tarde | Embrulha os corpos em cobertores |
| 🏪 Noite | Compra R$ 16 em gasolina |
| 🚗 Madrugada | Leva os corpos até o Indubrasil |
| 🔥 Após chegada | Ateia fogo nos corpos |
| 🛏️ Volta pra casa | Dorme alegando “sensação de alívio” |
| 🚔 Manhã seguinte | Vai registrar falso desaparecimento e é preso |
📈 Feminicídios no Mato Grosso do Sul (dados de 2024)
- 👩🦰 Total de vítimas femininas assassinadas: 38
- 🏠 Casos com autoria de companheiros/ex: 29
- 👶 Crianças vítimas colaterais em feminicídios: 5
- 📍 Campo Grande: 12 feminicídios registrados
- ⏳ Maior causa alegada: Não aceitação do fim do relacionamento
Fonte: Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MS (SEJUSP)
⚠️ Feminicídio é crime hediondo!
A pena para feminicídio qualificado pode chegar a 30 anos de reclusão, podendo ser aumentada em casos com vítimas menores de 14 anos.
📢 Denuncie a violência contra mulheres
📞 Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
📱 Ligue 190 – Emergência policial
