
Suspeito foi preso após disparar contra a ex-companheira em posto de combustíveis; Mato Grosso do Sul já soma 12 feminicídios em 2025
Por Karol Peralta
Em um caso alarmante de violência contra a mulher em Campo Grande (MS), Marcos Antônio de Souza Vieira, de 59 anos, confessou que atirou contra sua ex-companheira por ela ter “fugido de casa”. A tentativa de feminicídio aconteceu nesta quinta-feira (29), em um posto de combustíveis na Rua da Divisão.
A vítima, de 46 anos, já havia procurado a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar o agressor por violência doméstica e chegou a obter medidas protetivas, que foram revogadas em 2024. Apesar de uma breve reconciliação, ela havia deixado a casa e ingressado com um pedido de divórcio.
Segundo a delegada Analu Ferraz, Marcos sequestrou a ex-companheira e, durante o trajeto em um veículo Hyundai HB20 branco, ela pediu para ir ao banheiro em um posto. Câmeras de segurança registraram o momento em que, após sair do banheiro, a mulher tentou fugir e pediu ajuda, gritando que ele queria matá-la.
Foi nesse instante que Marcos sacou a arma e atirou várias vezes, inclusive com a vítima já caída no chão. Em vídeo que circula nas redes sociais, o suspeito afirma friamente: “Ela estava sacaneando comigo”, ao justificar o crime.
Após o ataque, Marcos fugiu do local, mas foi rapidamente preso na Avenida Bandeirantes, graças à denúncia prévia de sequestro. Ele foi encaminhado para a Deam.
A vítima foi socorrida em estado grave e levada à Santa Casa de Campo Grande, onde permanece internada.
🔴 Feminicídios em Mato Grosso do Sul já somam 12 casos em 2025
Este caso se soma a uma triste estatística: apenas em 2025, Mato Grosso do Sul já registrou 12 feminicídios. O mais recente foi o de Graciane de Souza da Silva, que morreu no domingo (25) após ser mantida em cárcere e brutalmente espancada em Angélica (MS).
O ano começou com a morte de Karina Corin, de 29 anos, baleada pelo ex-companheiro. Outros casos trágicos envolveram vítimas como Vanessa Ricarte, Juliana Domingues, Mirieli Santos, Giseli Cristina Oliskowiski e Simone da Silva, assassinada na frente dos filhos.
As causas variam, mas a motivação em todos os casos está ligada ao machismo estrutural, relações abusivas e à falta de efetividade nas medidas protetivas.
⚖️ Combate à violência de gênero é urgente
Autoridades e entidades de proteção às mulheres reforçam a necessidade de denúncia, acolhimento e vigilância sobre agressores reincidentes. A revogação de medidas protetivas, como no caso da vítima de Marcos Vieira, acende um alerta sobre possíveis falhas no sistema de proteção.
A população pode denunciar casos de violência pelo Disque 180, ligação gratuita e sigilosa, disponível 24 horas.
❝Toda mulher tem direito a viver sem medo. Cada denúncia pode salvar uma vida❞