Haddad defende estratégia financeira comum para transformação ecológica durante Pré-COP em Brasília

Ministro da Fazenda afirmou que é possível alinhar ambição e realismo nas finanças climáticas e destacou avanços do Círculo de Ministros de Finanças da COP30.

Por Karol Peralta

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (13), durante o evento da Pré-COP em Brasília, que é possível construir uma estratégia financeira comum para impulsionar a transformação ecológica global. O encontro é uma etapa preparatória para a COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA).

“Às vésperas da COP30, levamos a Belém uma mensagem clara: há um caminho comum sendo construído, com ambição e realismo, para que as finanças sirvam à transformação ecológica que o mundo exige”, declarou Haddad durante o discurso de abertura.

O ministro coordena o Círculo de Ministros de Finanças da COP30, iniciativa da presidência brasileira da conferência, que reúne representantes de governos, bancos multilaterais, sociedade civil e setor privado. O objetivo é desenvolver mecanismos financeiros que apoiem a transição ecológica e subsidiem as discussões do encontro em Belém.

Entre as ações em andamento está a elaboração do Mapa do Caminho de Baku a Belém para US$ 1,3 trilhão, voltado a ampliar o financiamento climático para países em desenvolvimento.


Cinco prioridades para o financiamento climático

O relatório do Círculo de Ministros apresenta cinco prioridades para fortalecer o financiamento climático:

  1. Aumentar os fluxos de financiamento concessional e fundos climáticos, com previsibilidade e condições adequadas, especialmente para adaptação e transição justa;
  2. Reformar os bancos multilaterais de desenvolvimento, tornando-os mais ágeis e capazes de mobilizar capital privado;
  3. Fortalecer capacidades domésticas e plataformas de país, para ampliar a coordenação institucional e atrair investimentos sustentáveis;
  4. Promover inovação financeira e mobilizar o setor privado, criando instrumentos que reduzam riscos e ampliem o impacto dos recursos;
  5. Aprimorar marcos regulatórios do financiamento climático, assegurando integridade, transparência e confiança no sistema.

Iniciativas estratégicas da Agenda de Ação da COP30

Além do relatório, o Círculo de Ministros está conduzindo três iniciativas estratégicas que serão integradas à Agenda de Ação da COP30:

  • Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que propõe um novo modelo de financiamento baseado em investimento, e não apenas em doações;
  • Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono, voltada à harmonização e interoperabilidade dos mercados regulados;
  • Supertaxonomia, destinada a garantir comparabilidade e integridade entre taxonomias nacionais, orientando investimentos sustentáveis.

“Essas iniciativas traduzem, de forma prática, o que o Círculo tem defendido: cooperação, inovação e escala para transformar ambição em resultados concretos”, afirmou Haddad.


Apresentação internacional e próximos passos

O relatório final do Círculo será apresentado nesta semana em Washington (EUA), durante os Encontros Anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). O documento foi construído com contribuições de mais de 1.200 instituições e países.

Após o evento internacional, o material será discutido em São Paulo, antes de ser formalmente entregue ao presidente da COP30, em Belém, como contribuição oficial à elaboração do Mapa do Caminho de Baku a Belém.

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