Apesar da suspensão de exportações para 17 países, governo assegura estabilidade no mercado interno e descarta aumento no valor da carne de frango.
Por Karol Peralta
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, tranquilizou o mercado e os consumidores nesta segunda-feira (19) ao afirmar que os focos de gripe aviária detectados no Rio Grande do Sul não devem impactar de forma significativa o preço da carne de frango no Brasil. Apesar da suspensão temporária das exportações para 17 mercados, o governo acredita que o cenário tende à estabilidade.
“Acredito muito mais em pequenas variações. Pode haver excesso de oferta por 10 ou 15 dias, mas logo há redirecionamento para outros mercados. Nossa expectativa é de estabilidade”, declarou Fávaro em coletiva à imprensa.
🇧🇷 O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com 5,2 milhões de toneladas vendidas em 2024 para 151 países. Desse total, mais de 35% da produção é destinada ao mercado externo. Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul concentram cerca de 78% dessas exportações.
Segundo o ministro, o sistema de defesa sanitária do país é um dos mais robustos do mundo, o que possibilita uma resposta rápida e eficiente diante de surtos como o atual.
🛑 Exportações suspensas
Até o momento, sete países anunciaram diretamente ao governo brasileiro a suspensão de compras de carne de frango: México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia e Argentina. Outros dez mercados também interromperam os embarques automaticamente, conforme acordos sanitários, incluindo China, União Europeia e África do Sul.
Há ainda países que impuseram restrições apenas ao estado do Rio Grande do Sul ou ao município de Montenegro, onde estão localizados os dois únicos focos confirmados da doença até agora — uma granja comercial e um zoológico.
🔬 Casos sob investigação
O Ministério da Agricultura investiga ainda sete casos suspeitos. Três já foram descartados (Mato Grosso, Sergipe e Ceará) e outros estão em análise em Tocantins, Santa Catarina e novamente no Rio Grande do Sul.
O painel de monitoramento do governo aponta que, das 538 propriedades rurais em Montenegro, mais da metade já foi visitada. Foram sacrificadas cerca de 17 mil aves, além da destruição de 70 mil ovos. O trabalho de desinfecção nas granjas também já começou.
🧪 A expectativa é que, após 28 dias sem novos casos, o Brasil possa fazer uma autodeclaração de zona livre à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), permitindo a retomada gradual das exportações.
💬 Confiança no sistema brasileiro
Carlos Fávaro destacou que a resposta rápida é fruto da experiência e da transparência do setor agropecuário nacional.
“Levamos 19 anos desde a primeira circulação mundial do vírus para termos um caso comercial. Isso prova a força do nosso sistema. Seremos capazes de controlar e responder com eficácia”, afirmou.
📈 A boa notícia é que 70% da produção de carne de frango já é consumida internamente. Segundo o ministro, mesmo que as exportações fossem totalmente interrompidas — cenário considerado improvável — o impacto nos preços ao consumidor seria mínimo.
🔎 O Brasil mantém um painel público com atualização em tempo real dos casos investigados, uma iniciativa única no mundo, que reforça a transparência e a confiabilidade do sistema nacional.
📊 Enquanto isso, o setor acompanha de perto as análises laboratoriais e a aplicação dos protocolos de biossegurança para evitar a disseminação da doença.
➡️ A população pode ficar tranquila: o consumo de carne de frango está seguro, e o abastecimento segue garantido, sem risco de aumento nos preços. 🐓🥩
