Governo cria comitê para enfrentar intoxicação por metanol e reforçar segurança de consumidores

Ministério da Justiça e Segurança Pública coordena grupo integrado com setor público e privado para ações rápidas, tecnologias inovadoras e fortalecimento do mercado de bebidas.

Por Karol Peralta

O Governo Federal anunciou nesta terça-feira (7 de outubro) a criação do Comitê de Enfrentamento da Crise do Metanol, uma iniciativa estratégica para responder rapidamente aos casos de intoxicação por metanol, integrar informações e boas práticas entre poder público e iniciativa privada, além de fortalecer o setor de bebidas no país.

O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante reunião com representantes de órgãos federais e entidades do setor produtivo. O grupo será coordenado pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e funcionará inicialmente de forma informal, com reuniões virtuais, garantindo agilidade na troca de informações e na implementação de medidas preventivas.

“O governo tem a convicção de que, dada a magnitude do problema, a solução não pode ser alcançada apenas pelo setor público. É indispensável a colaboração do setor privado. Esta é também uma crise econômica, que exige coordenação e cooperação”, afirmou Lewandowski.

O ministro destacou que a atuação do governo vai além da repressão, priorizando uma abordagem pedagógica e cooperativa, com diálogo transparente e expectativa de colaboração ativa de empresas e sociedade civil.

Ações integradas e inovação tecnológica

O secretário nacional do Consumidor, Paulo Pereira, apresentou as ações em andamento e ressaltou que equipes técnicas da Senacon estão mapeando soluções tecnológicas desenvolvidas por universidades brasileiras para o diagnóstico rápido de bebidas adulteradas. Essas ferramentas permitirão maior previsibilidade ao mercado e segurança aos consumidores, acelerando a identificação e retirada de produtos irregulares.

A secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado, reforçou que o Programa Nacional de Integração de Dados Periciais sobre Drogas (PNIDD) está à disposição dos estados para apoiar laboratórios locais com capacitação, logística e suporte técnico, formando uma rede integrada de análises.

Além disso, a Polícia Federal participa com perícias isotópicas para identificar a origem do metanol, permitindo diferenciar entre derivados de combustíveis fósseis e processos fermentativos. O Ministério coordena, junto aos estados, uma força-tarefa interfederativa para levantar necessidades estruturais e técnicas dos laboratórios periciais, fortalecendo capacidades locais e garantindo fluxo contínuo de informações.

Colaboração entre governo e setor privado

O comitê será o espaço estruturado para cooperação e terá três eixos principais de atuação:

  1. Troca de informações e boas práticas entre governo e setor privado;
  2. Divulgação coordenada das medidas adotadas pelos órgãos públicos;
  3. Registro e acompanhamento das iniciativas desenvolvidas por empresas e associações.

A Polícia Federal será convidada a integrar o grupo, que poderá evoluir para uma instância formal conforme os resultados alcançados.

Participação de órgãos e entidades

Estiveram presentes representantes do Ministério da Saúde (MS), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Anvisa e Receita Federal.

Do setor produtivo e associativo participaram: Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) e a fábrica Diageo, representante da indústria de bebidas.

Otimismo e segurança para consumidores

O Comitê de Enfrentamento da Crise do Metanol simboliza um esforço conjunto do governo, setor privado e sociedade civil para proteger a saúde do consumidor, fortalecer o mercado de bebidas e garantir transparência. Com ações integradas e o uso de tecnologia avançada, a expectativa é restabelecer a confiança do público e normalizar gradualmente as vendas e consumo de bebidas.

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