Recorde de recursos aprovados em 2025 fortalece fiscalização ambiental, projetos sociais e desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal
Por Karol Peralta
O Fundo Amazônia alcançou, no primeiro semestre de 2025, seu maior volume de aprovações desde a criação em 2008: R$ 1,189 bilhão. O resultado marca um novo patamar na política ambiental do país e reforça o compromisso do governo federal com a preservação da Amazônia, a inclusão produtiva e o fortalecimento da fiscalização contra crimes ambientais.
Gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Fundo superou os valores de todo o ano de 2024 (R$ 947 milhões) e dobrou os recursos aprovados em 2023 (R$ 584 milhões), quando foi retomado após quatro anos de paralisação.
Durante a 33ª reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA), realizada nesta segunda-feira (16), em Brasília, a ministra Marina Silva destacou que “os resultados recorde são a confirmação de uma política séria e eficiente de combate ao desmatamento, com ações de comando e controle aliadas a incentivos econômicos que mantêm a floresta em pé”.
Investimentos estratégicos e estruturantes
Os recursos foram distribuídos em projetos estruturantes com foco em restauração ecológica, segurança hídrica, educação, proteção de comunidades tradicionais e reforço da fiscalização. Entre os destaques estão:
- FORTFISC (R$ 825 milhões) – reforço à fiscalização ambiental do Ibama;
- Restaura Amazônia (R$ 450 milhões) – recuperação da vegetação nativa;
- Amazônia na Escola (R$ 332 milhões) – alimentação escolar com produtos da agricultura familiar;
- Sanear Amazônia (R$ 150 milhões) – acesso à água de qualidade;
- Naturezas Quilombolas (R$ 33 milhões) – apoio a comunidades quilombolas;
- Segurança Pública e Bombeiros (R$ 689 milhões) – investimentos em forças policiais e bombeiros da região.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o Fundo entrou em um novo ciclo de impacto real, capilaridade e escala, com ações que transformam a vida de quem vive na região.
Inclusão social e foco em territórios vulneráveis
Os projetos também contemplam Terras Indígenas, comunidades extrativistas e quilombolas que antes não tinham acesso direto aos recursos. Apenas nove projetos alcançaram 128 instituições locais, ampliando o alcance do Fundo e promovendo o desenvolvimento de uma economia cooperativa e sustentável.
A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, ressaltou a importância do equilíbrio entre incentivo e controle. “O incentivo às atividades sustentáveis melhora a qualidade de vida de quem protege a floresta. Ao mesmo tempo, é fundamental combater os crimes ambientais com rigor.”
Acelerando os desembolsos
Além da aprovação recorde, os desembolsos do Fundo também avançaram. Somente no primeiro semestre de 2025, foram liberados R$ 158 milhões – valor três vezes maior que o total de 2023 (R$ 51 milhões). A expectativa é ultrapassar os R$ 209 milhões desembolsados em todo o ano passado.
O que é o Fundo Amazônia?
Criado em 2008, o Fundo Amazônia é o principal instrumento de financiamento de projetos voltados à conservação da floresta e ao uso sustentável de seus recursos. Ele capta doações nacionais e internacionais e é operado pelo BNDES sob orientação do COFA, alinhado ao Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
Com as ações recentes, o Fundo já aprovou R$ 5,6 bilhões em projetos e desembolsou R$ 2,7 bilhões desde sua criação.
Governança e transparência
As informações detalhadas sobre os projetos, editais e desembolsos estão disponíveis nos canais oficiais do Fundo Amazônia e do BNDES, garantindo transparência e acesso público aos dados.
