Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, foi assassinada a facadas por Gilson Castelan de Souza, que já tinha mandado de prisão por feminicídio em Várzea Grande. Ela deixa cinco filhos.

Por Karol Peralta
Uma mulher de 32 anos foi assassinada com 11 facadas na noite de terça-feira (28), em Campo Grande (MS). A vítima, identificada como Luana Cristina Ferreira Alves, tentou pedir socorro após o ataque, mas não resistiu aos ferimentos. O autor, Gilson Castelan de Souza, de 48 anos, foi preso em flagrante enquanto tentava fugir. Ele era foragido da Justiça de Mato Grosso, onde respondia por outro feminicídio cometido em 2022.
O crime ocorreu no Bairro Jardim Columbia, na zona norte de Campo Grande. Segundo o boletim de ocorrência, Luana foi atacada enquanto estava sentada no pátio da empresa onde trabalhava, por volta das 20h. O agressor desferiu diversos golpes de faca na cabeça, pescoço e costas da vítima, que tentou escapar correndo até a Rua Vaupés, onde caiu pedindo ajuda.
Testemunhas relataram que Luana ainda estava consciente e implorou por socorro antes de morrer. “Ela me disse que veio fazer um programa com o rapaz. A última coisa que ela disse foi: por favor, não me deixe morrer!”, contou uma moradora à reportagem.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e realizou manobras de reanimação, mas a vítima entrou em parada cardiorrespiratória e morreu no local.

O autor foi localizado minutos depois, caminhando pela Avenida Cônsul Assaf Trad, com a faca do crime ainda na cintura. Durante a abordagem, confessou o assassinato e admitiu ter agido “por raiva”. A polícia informou que Gilson enviou um áudio de confissão ao patrão logo após o ataque.
De acordo com a Polícia Militar, o homem já tinha mandado de prisão por feminicídio em Várzea Grande (MT), onde foi acusado de matar a ex-esposa Sibelne Duroure da Guia, de 40 anos, também com golpes de faca, em 2022.

No local do crime, a perícia encontrou vestígios de sangue e apreendeu a arma utilizada. Parte do pátio da empresa chegou a ser lavada por funcionários, o que comprometeu parcialmente a cena do crime, segundo os peritos.
A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) registrou o caso como feminicídio qualificado. Luana deixa cinco filhos menores de idade.
Contexto estadual
Com esse caso, Mato Grosso do Sul chega a 32 feminicídios em 2025, segundo dados oficiais. O estado contabiliza mais de 16,5 mil registros de violência doméstica apenas neste ano. Especialistas alertam que os números crescem de forma preocupante e reforçam a importância da denúncia.
Em Campo Grande, o atendimento às vítimas é feito na Casa da Mulher Brasileira, que funciona 24 horas por dia na Rua Brasília, no Jardim Imá. O espaço oferece suporte psicológico, jurídico e social, além da presença da Defensoria Pública, Ministério Público, Vara de Medidas Protetivas e Patrulha Maria da Penha.





