Setor movimenta US$ 15,6 bilhões no mês e responde por mais da metade das exportações do país, impulsionado por soja, café e carne bovina
Por Karol Peralta
O agronegócio brasileiro segue em ritmo acelerado em 2025. Em março, o setor registrou US$ 15,6 bilhões em exportações, o segundo maior valor da série histórica iniciada em 1997 para o mês. O resultado representa uma alta de 12,5% em relação a março de 2024, com destaque para o aumento no volume exportado (10,2%) e preços internacionais mais favoráveis (2,1%).
O desempenho fez com que o agronegócio fosse responsável por 53,6% de todas as vendas externas brasileiras no período, reafirmando a força do setor na economia nacional.
Produtos em destaque
A liderança nas exportações ficou com a soja em grãos, que somou US$ 5,7 bilhões, com crescimento de 7%. Em seguida, o café verde teve uma impressionante alta de 92,7%, alcançando US$ 1,4 bilhão. Carne bovina in natura, celulose e carne de frango também figuraram entre os destaques:
- Carne bovina in natura: US$ 1,1 bilhão (+40,1%)
- Celulose: US$ 988 milhões (+25,4%)
- Carne de frango in natura: US$ 772,3 milhões (+9,6%)
Além dos produtos tradicionais, o Brasil também registrou recordes de exportação em segmentos com alto potencial de crescimento, como gelatinas, café solúvel, óleo essencial de laranja, pimenta-do-reino e ração para animais domésticos.
Trimestre com desempenho positivo
No acumulado do primeiro trimestre de 2025, as exportações do agro atingiram US$ 37,8 bilhões, o maior valor já registrado para o período. A variação foi de +2,1% em relação ao mesmo intervalo de 2024. O superávit do setor no trimestre chegou a US$ 32,6 bilhões, consolidando sua relevância na balança comercial brasileira.
Destinos das exportações
A China, União Europeia e os Estados Unidos continuam sendo os principais parceiros comerciais, juntos respondendo por mais da metade das exportações do agronegócio. No entanto, outros mercados em expansão ganharam destaque, como Vietnã, Turquia, Bangladesh e Indonésia, que aumentaram significativamente suas compras de soja, algodão, celulose e carnes.
Competitividade e inovação
De acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, os números refletem a consolidação de uma estratégia que une responsabilidade, sustentabilidade e inovação. “Estamos promovendo o crescimento do agro com os olhos voltados para novos mercados e para o aumento do valor agregado dos nossos produtos”, afirmou.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério, Luís Rua, também destacou a importância da diversificação e da escuta ativa do setor produtivo:
“Ao oferecer alimentos com sanidade, qualidade e competitividade, o Brasil se consolida como parceiro confiável no cenário internacional.”
Fortalecimento da economia
A expansão das exportações de produtos não tradicionais, aliada à abertura de novos mercados, fortalece a economia nacional. Esse avanço impulsiona a geração de empregos e renda, atrai divisas, diversifica os parceiros comerciais e reduz a exposição a riscos econômicos.
A política de incentivo à inovação e sustentabilidade no campo, além de parcerias estratégicas entre governo e iniciativa privada, tem consolidado o Brasil como um dos maiores players globais no agronegócio.
