
A nossa equipe de jornalismo entrevistou os candidatos à prefeitura de Campo Grande. Perguntamos sobre a saúde, educação, infraestrutura. Também questionamos quais serão as primeiras ações no primeiro ano de mandato.
Solicitamos que citassem algumas propostas e a população poderá esperar do seu mandato. Abaixo segue a resposta da candidata Camila Jara (PT).
• Saúde
Centros de diagnósticos
Na área de saúde, vamos agir rápido para ampliar as equipes de atendimento em saúde, garantido que a população tenha acesso aos exames médicos necessários.
Assim como o governo do PT criou as UPAs em 4 anos, vamos criar Centros de Diagnósticos por imagem nas sete regiões de Campo Grande, para que a população tenha acesso rápido a diagnóstico e possamos economizar com tratamento futuro de doenças descobertas tardiamente. Não serão necessárias obras nas sete regiões, faremos as instalações após estudo de prédios já existentes. Na região das Moreninhas, por exemplo, existe a Maternidade das Moreninhas, que atualmente se encontra abandonada.
• Educação
Bolsa escolinha e demais proposta da educação
Criar o Bolsa Escolinha, um subsídio mensal para crianças do ensino fundamental pertencentes a famílias hipervulneráveis. A ideia é mantê-las em sala de sala, porque a gente sabe o quanto a fome e demais fatores vividos no lar afetam o aprendizado.
Além disso, vamos zerar a fila por vagas nas Emei’s com a construção de novas unidades e retomada de obras abandonadas pela atual gestão. Outro ponto das nossas propostas é ampliar as escolas integrais em 50% e garantir atendimento adequado a estudantes com deficiência e altas habilidades.
No nosso governo vamos priorizar as maiores demandas, sem deixar de lado nenhum aspecto da educação. Por isso, vamos garantir o pagamento do piso nacional dos professores de 20h; e criar concursos para profissionais de Psicologia e Assistência Social;
Outro ponto das propostas da educação será a ampliação da oferta do EJA em turnos diferentes para possibilitar a formação e, consequentemente, garantir emprego formal.
• Infraestrutura
Obras inacabadas
Vamos priorizar obras inacabadas, por exemplo, as Emeis abandonadas que os recursos já estão disponíveis. Por falta de uma gestão eficiente, o abandono dessas obras provocou o atual déficit de vagas que ultrapassa a marca de 8 mil.
Por outro lado, uma obra como o Centro de Belas Artes, que já custou R$ 28 milhões ao contribuinte campo-grandense, será uma realidade na nossa gestão. No nosso plano de governo, está descrita a entrega da estrutura completa, com salas de dança, cinema e o Arquivo Histórico Municipal.
Volto a repetir, a falta de gestão eficiente foi a principal responsável pelos sucessivos atrasos nessa obra.
É preciso uma solução inteligente que as administrações anteriores não foram capazes de fazer. São problemas contratuais e falhas no projeto, como questões na fundação e alterações de escopo, causaram sucessivos atrasos, além de contratos rescindidos com empresas responsáveis pela execução da obra.
Vamos resolver isso e entregar a necessária estrutura com salas de dança, cinema, espaço multiuso, área administrativa e o Arquivo Histórico Municipal.
*Revitalização da Ernesto Geisel*
A revitalização da Ernesto Geisel é uma questão crítica que se arrasta há anos. Meus adversários permitiram a deterioração dessa via por falta de gestão. É uma vergonha que uma das principais vias da cidade se encontre naquele estado. Há trechos, como em frente ao Guanandizão, em que a pista está afundando e colocando em risco a vida das pessoas.
Há um problema estrutural que requer uma solução de engenharia definitiva para evitar a erosão. No PAC Cidades havia recursos para a obra, mas por falta de gestão elas não foram feitas apenas parte dela e sem as melhorias necessárias como ciclovias e jardins que dessem vida àquela região.
No novo PAC a obra está selecionada com recursos de 150 milhões e com uma gestão técnica e competente não vamos perder esse recurso como os meus antecessores fizeram. Vamos buscar esses recursos no governo federal e com o governo estadual para fazer a obra necessária e não paliativos como os que vêm sendo feito na atual gestão. O governo federal do presidente Lula pode e vai nos ajudar a resolver esse problema. O recurso está lá, o que precisamos é de competência para fazer chegar e isso teremos de sobra.
• O que esperar do seu mandato.
A minha principal proposta é transformar a cidade em uma referência de desenvolvimento sustentável e qualidade de vida, através de políticas públicas inovadoras e inclusivas. Eu quero ser lembrada pelo Bolsa Escolinha aplicado, os Centros de Diagnósticos iniciados, crianças nas mais de 50% de escolas integrais, e dentro das creches, Centros de Apoio do Microcrédito Popular, e mais do que isso, quero que nossa cidade deixe de ser uma cidade mediana.
Quero ser lembrada por uma Campo Grande que vai se destacar pelos melhores índices. Não vamos conviver com a extrema pobreza e achar normal, não vamos achar que as pessoas devem se acostumar com o mínimo e discutir que o poder público tem que fazer o básico, o básico já será feito na nossa gestão. Vamos planejar e estruturar Campo Grande para os próximos 20, 30 anos, porque a gente vai fazer com que Campo Grande tenha transformação real especialmente para os mais vulneráveis, e seja referência de desenvolvimento, não só nacional, mas no internacional.
Mobilidade urbana, Tarifa Zero, VLT –
O primeiro passo será romper o atual contrato de transporte público, que não atende às necessidades da população, e melhorar a frequência dos ônibus. Nosso objetivo é garantir um serviço mais eficiente, confortável e respeitoso para os usuários que dependem do transporte coletivo diariamente.
Volto a repetir, o nosso plano de governo é pautado por uma agenda ambiental bastante ambiciosa, com o objetivo de tornar Campo Grande uma cidade carbono neutro até 2032. Para alcançar essa meta, estamos focados em várias frentes de ação: uma delas é a expansão do transporte coletivo sustentável. Vamos investir na implementação de veículos elétricos que vão desempenhar um papel fundamental na redução das emissões de CO₂.
Além disso, vamos instalar semáforos inteligentes, conectados ao aplicativo Google Light, para otimizar o fluxo de veículos e reduzir o trânsito em até 50%, especialmente nas principais avenidas da cidade, onde o congestionamento é um problema constante.
Sobre a tarifa zero é uma política inovadora e ousada, mas plenamente viável. Nosso objetivo é garantir o direito de ir e vir de todos os cidadãos, sem que o custo do transporte seja uma barreira. Já estamos desenvolvendo estudos que envolvem a reestruturação das finanças municipais e a busca por parcerias, como o apoio do governo federal e estadual, além de possíveis convênios com o setor privado.
A tarifa zero já é uma realidade em outras cidades e não tem porque não ser realidade em Campo Grande. Maricá, no Rio de Janeiro, é um exemplo. É comum pensarmos em saúde e segurança como algo coletivo, mas é preciso considerar também a mobilidade urbana neste mesmo sentido.
O financiamento dessa política pode vir de fontes alternativas de receita, como a revisão de subsídios e incentivos fiscais, além da destinação de recursos provenientes de fundos específicos. O transporte público gratuito é um investimento social, que melhora a qualidade de vida, reduz a desigualdade e impulsiona a economia local.
Sobre a indecisão dos eleitores
Sobre a questão da indefinição do eleitorado, vejo isso como uma oportunidade. A indecisão indica que esses eleitores ainda estão abertos a ouvir propostas e a conhecer mais sobre os candidatos. Minha estratégia é me aproximar ainda mais da população, indo para as ruas, participando de debates, estando presente em todas as plataformas, sempre com diálogo aberto e sincero.
Minha campanha é baseada em propostas concretas, que refletem as reais necessidades da população de Campo Grande. Quero mostrar a esses eleitores que eu estou preparada para trazer as mudanças que eles desejam, com compromisso e responsabilidade. Acredito que quando as pessoas ouvirem o que temos a oferecer, vão entender que o nosso projeto é o que mais se alinha com os sonhos e necessidades da cidade. Além disso, a conexão direta com a população, olho no olho, é o que vai fazer a diferença para converter esses eleitores indecisos.
Enxugamento da máquina? Quantas secretarias pretende ter? Quais os nomes já estão certos para quais pastas?
A reestruturação administrativa será feita com descentralização de responsabilidades e integração das políticas setoriais. O número de secretarias ainda será definido, mas há um foco claro em modernizar a gestão.
O nosso compromisso, desde a primeira semana de governo, será de reduzir em 30% o número de cargos comissionados da prefeitura. Promoveremos o trabalho à distância, a fim de reduzir as despesas com infraestruturas. Iremos efetuar uma auditoria às contas da prefeitura, para verificar se existe desperdício.
Proposta de carbono neutro até 2032.
O nosso plano de governo é pautado por uma agenda ambiental bastante ambiciosa, com o objetivo de tornar Campo Grande uma cidade carbono neutro até 2032. Para alcançar essa meta, estamos focados em várias frentes de ação. Uma delas é a expansão do transporte coletivo sustentável. Vamos investir na implementação de veículos elétricos que vão desempenhar um papel fundamental na redução das emissões de CO₂.
Além disso, pretendemos incentivar o uso de energias renováveis. Queremos formar parcerias para instalar painéis solares tanto em prédios públicos quanto privados, o que vai nos permitir avançar na transição energética. Outra iniciativa importante é o reflorestamento urbano. Nossa meta é plantar um milhão de árvores, o que vai ajudar bastante na absorção de carbono, melhorando o clima da cidade e aumentando as áreas verdes.
Também estamos comprometidos com uma gestão eficiente dos resíduos sólidos. Isso inclui ampliar as iniciativas de reciclagem e incentivar a compostagem de resíduos orgânicos, diminuindo o volume de lixo enviado aos aterros. E, por fim, não podemos esquecer da educação ambiental. Queremos engajar a população, preparando a cidade para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e criando uma cultura de sustentabilidade que terá impactos a longo prazo.
Qual o maior problema da gestão atual da prefeitura?
O maior problema da gestão da prefeita Adriane Lopes é a falta de planejamento integrado para enfrentar os desafios urbanos. A cidade sofre há anos com um transporte público ineficiente, e mesmo há 8 anos na prefeitura (ela diz que não, mas sempre recebeu salário), ela não teve coragem de solucionar ou romper com a concessionária, sempre usando a desculpa e não assumindo os problemas. A cidade sofre com uma infraestrutura precária e a ausência de soluções sustentáveis para o crescimento populacional porque ela escolheu governar para um grupo seleto de pessoas em detrimento da maioria.
Além disso, a gestão se mostra distante das necessidades da população, especialmente nas áreas periféricas, e falhou em criar políticas eficazes para resolver a desigualdade social e melhorar os serviços públicos básicos.
Quais são as estratégias para chegar ao segundo turno? Pretende colar sua imagem à do presidente Lula ou focar mais na própria figura?
Nossa estratégia é muito transparente. Apresentar propostas realistas, mas ousadas, para melhorar a vida das pessoas nas áreas em que Campo Grande é mais carente: saúde, educação, emprego, infraestrutura etc.
Quanto às estratégias com o presidente Lula, essa também é uma questão muito clara.
É fato que a minha candidatura é a única opção progressista. É a única que tem o potencial de transformar Campo Grande quando os outros três defendem mais do mesmo. E sim, a minha candidatura é a única candidatura Lula.
Este último é um ponto importante porque, em todas as áreas de governo, nossas propostas estão alinhadas com as do governo federal e vamos trabalhar junto com o governo federal para articular grandes investimentos para Campo Grande.
• Quais serão as suas primeiras ações no primeiro ano de mandato?
Se eleita, no meu primeiro ato em 1º de Janeiro de 2025 vou convidar os conselheiros regionais da cidade para uma reunião ampla na prefeitura. Porque nosso plano de governo inclui fazer valer o orçamento participativo na prática.





