Desmatamento na Amazônia cai 11% e atinge a terceira menor taxa desde 1988, aponta Inpe

De agosto de 2024 a julho de 2025, Amazônia perdeu 5.796 km² de floresta, enquanto o Cerrado teve redução de 11,4% no desmatamento. Governo brasileiro celebra terceiro ano consecutivo de queda e avanço nas ações de fiscalização.

Por Karol Peralta

A área desmatada na Amazônia entre agosto de 2024 e julho de 2025 foi de 5.796 km², segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa uma queda de 11,08% em relação ao período anterior e marca a terceira menor taxa de desmatamento desde 1988. É também o terceiro ano consecutivo de redução sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acumula 50% de declínio na devastação do bioma em comparação com 2022.

O levantamento faz parte do Sistema Prodes, responsável por monitorar o desmatamento na Amazônia Legal por meio de imagens de satélite. O estudo aponta ainda que o Cerrado manteve tendência de queda, com 7.235 km² desmatados entre agosto de 2024 e julho de 2025, uma redução de 11,49% em relação ao ciclo anterior — o segundo ano seguido de retração após cinco de aumento.

Com o avanço das ações de controle e fiscalização, o governo estima que 733,9 milhões de toneladas de CO₂ deixaram de ser emitidas desde 2022. O volume é equivalente às emissões anuais somadas da Espanha e da França, reforçando o impacto ambiental positivo da política de preservação.

Entre as medidas adotadas, o governo destacou a reformulação da governança ambiental, com novos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e a retomada da Comissão Interministerial de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, que reúne 19 ministérios sob coordenação da Casa Civil e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

De acordo com o Ibama, houve um aumento expressivo nas ações de fiscalização ambiental. Na Amazônia, as autuações por crimes contra a flora cresceram 81%, e as multas, 63%, entre 2023 e 2025. Já no Cerrado, as infrações relacionadas à vegetação nativa subiram 24%, com aumento de 130% nas multas e 38% nos embargos. O ICMBio também reforçou sua atuação, realizando mais de 300 operações de fiscalização na Amazônia e 91 no Cerrado.

A ministra Marina Silva destacou a importância de instrumentos financeiros, como o Fundo Amazônia, para apoiar políticas de desenvolvimento sustentável e tornar a preservação da floresta mais rentável do que sua destruição. “A redução do desmatamento pelo terceiro ano consecutivo confirma que a agenda ambiental é prioritária no governo. Esse compromisso é essencial para que o Brasil contribua no enfrentamento das mudanças climáticas e no avanço de um modelo econômico sustentável”, afirmou.

Nos municípios que integram o programa União com Municípios (UcM) — considerados prioritários para o combate ao desmatamento — a queda foi ainda mais expressiva: 65,5%. Estados como Tocantins (-62,5%), Amapá (-48,15%) e Roraima (-37,39%) apresentaram as maiores reduções. Apenas Mato Grosso registrou aumento, de 25,06%, no período.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, atribuiu os resultados à tecnologia e ao esforço integrado entre os órgãos de controle. “Estamos usando a mais alta tecnologia disponível para enfrentar os crimes ambientais”, disse. Já o presidente do ICMBio, Mauro Pires, ressaltou o fortalecimento da presença em campo e a formação de novos fiscais especializados.

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